Bancada petista recorre ao Ministério Público Federal contra ZEE
Deputado Paulo Duarte, Deputado Pedro Kemp e Deputado Amarildo Cruz
04/02/2010 - 11:34
Por: Adriano Furtado
Foto: Giuliano Lopes
O deputado Pedro Kemp (PT) anunciou durante o uso da tribuna no Grande Expediente da sessão ordinária desta quinta-feira, dia 04, que a denúncia será entregue às 16h ao Procurador da República Emerson Kalif Siqueira.
Os petistas denunciam que a lei de 2009 altera o artigo 1º da lei 328 de 25 de fevereiro de 1982 e libera a instalação de usinas de álcool e açúcar na região da Bacia do Alto Paraguai (BAP), conhecida como planalto pantaneiro, violando legislação federal de proteção ambiental.
No ano passado, o deputado Pedro Kemp chegou a apresentar emenda supressiva ao artigo, mas a proposta acabou rejeitada na votação em plenário por 20 votos contra 4. Kemp alega que a lei estadual não observa os dispostos no Decreto Federal 4.297/02, no Decreto Federal 6961/09 e o artigo 255 da Constituição Federal, que consagra o princípio do direito ambiental.
O deputado Paulo Corrêa (PR) disse em aparte que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento editou em janeiro deste ano o ZAECana (Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar) que libera o plantio da cana em todos os municípios de Mato Grosso do Sul, sem restrições.
Corrêa lembrou que neste aspecto a lei estadual aprovada pelos deputados no final do ano passado é mais restritiva porque liberou o plantio de cana na faixa de 1 milhão 280 mil hectares de terras da região da BAP (chamada de Área de Amortecimento), mantendo o cultivo proibido em 1 milhão e 800 mil hectares restantes.
Já o deputado Amarildo Cruz disse que o projeto estadual pode provocar o maior desastre ecológico já registrado em Mato Grosso do Sul. Kemp acredita que a liberação foi resultado das pressões dos setores do agronegócio e sucroalcooleiro para a expansão das fronteiras da cana em direção ao Pantanal, um patrimônio mundial.
Zé Teixeira (DEM) disse que o projeto encaminhado pelo Poder Executivo e aprovado pela maioria dos votos na Assembleia foi baseado em estudos de aproximadamente 90 técnicos de diversas instituições e que a permissão de plantio na região do planalto não é garantia de que as áreas sejam ocupadas efetivamente com a cana-de-açúcar.
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Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.
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