Mara Caseiro diz que direitos dos índios só existem no papel

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Mara critica tratamento dado aos indígenas em Mato Grosso do Sul
19/04/2011 - 15:02 Por: Fernanda França - Assessoria de Imprensa    Foto: Giuliano Lopes

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) defendeu nesta manhã a inclusão social dos povos indígenas e ressaltou que alguns direitos destas populações existem hoje “apenas no papel”.

“Houve alguns avanços, mas hoje não temos muito o que comemorar. Temos que trabalhar para, de fato, fazer a inclusão dos índios em nossa sociedade”, discursou, na tribuna da Assembleia Legislativa.

Mara Caseiro também destacou em seu discurso a problemática da mulher indígena, que além de enfrentar as dificuldades comuns de seu povo – miséria, falta de assistência à saúde, à educação e ausência total de estrutura – ainda tem de conviver com outros males como o álcool, as drogas e a violência doméstica.

“Sendo simplesmente mulher, ela já sofre com a discriminação, ainda mais se for indígena. A dificuldade de acesso às políticas públicas, à educação de qualidade, segurança e emprego, deixa essas mulheres à margem da justiça e da dignidade”, declarou.

Para a deputada, os indígenas não podem mais ser tratados como incapazes, já que as mazelas que atingem os “civilizados” são iguais para os índios.

“As drogas e o álcool deixam os homens entorpecidos e violentos e quem paga a conta são as mulheres vitimizadas pelas agressões e pela dupla jornada a que são submetidas”, detalhou.

Em aparte, o deputado Zé Teixeira (DEM) lembrou que há mais de 1400 famílias vivendo em casebres nas aldeias Bororó e Jaguapiru, no município de Dourados, onde falta tudo, de saúde a comida.

“Lá os índios passam necessidade, as ambulâncias da Funasa estão todas sucateadas. As crianças morrem de inanição”, lamentou.

O tucano Onevan de Matos também ocupou o microfone de apartes para dizer que os índios sempre foram marginalizados por aqueles que deveriam ser responsáveis por sua guarda.

“A tutela existe só no papel, nas aldeias o que se vê é criança morrendo desnutrida, não existe um programa de saúde indígena, um programa educacional. Nós hoje não temos nada a comemorar, o que existe é o abandono do governo federal, que deveria acordar e dar assistência a quem merece”, disparou.
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