Deputada diz que Brasil não está preparado para liberação da maconha

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Deputada é contra liberação da maconha no Brasil
06/07/2011 - 13:39 Por: Fernanda França - Assessoria de Imprensa    Foto: Giuliano Lopes

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) afirmou hoje (6) que o Brasil não está preparado para a liberação da maconha. A polêmica sobre o tema voltou a surgir no mês passado, depois que o STF (Superior Tribunal Federal) liberou uma marcha pela descriminalização da droga.

Os ministros alegaram que este tipo de manifestação não se trata de apologia ao crime, mas da “liberdade de expressão”.

“Penso que nosso País não está preparado para a liberação da maconha. Só a simples permissão para a realização da marcha já deu o entendimento a alguns jovens de Campo Grande de que poderiam fumar a droga em uma rodinha em plena avenida Afonso Pena”, disparou a parlamentar, referindo-se a recente abordagem a usuários realizada pela PM no centro da Capital.

Para a deputada, a própria cultura brasileira não dá sustentação a essa liberação. Mara Caseiro também considera sem sentido o argumento de que a maconha é uma droga leve, que pode até ser usada para fins medicinais.

“A maconha é a porta de entrada para a dependência química. Nossa cultura não permite essa liberação”, enfatizou.

Alternativas

De acordo com a parlamentar, a classe política precisa estar “mais atenta” a essa discussão sobre as drogas e deve “dar as mãos” para quem já enfrentou este problema.

Uma das soluções apontadas pela deputada é maior apoio governamental às comunidades terapêuticas. Hoje, estas instituições sobrevivem praticamente sozinhas, sem repasses oficiais de verbas para sua manutenção.

Outra alternativa seria incluir profissionais como psicólogos e assistentes sociais no PSF (Programa Saúde da Família). Desta forma, dependentes químicos e de álcool poderiam ser melhor acompanhados e tratados, já que as equipes existem em todos os municípios de Mato Grosso do Sul.

O deputado petista Pedro Kemp reforçou esta tese, afirmando que o serviço público não dispõe hoje de serviço adequado para tratamento de dependentes. “Se não são as entidades filantrópicas, estas pessoas ficam sem assistência”, afirmou.

Ele também destacou que as leis precisam ser mais duras com os traficantes, verdadeiros responsáveis pelo uso indiscriminado de drogas no País. “Esse enfoque de prender todo mundo não resolve, é preciso tratar quem precisa ser tratado”, enfatizou.

As discussões sobre a liberação da maconha e as soluções para o uso de drogas no País partiram de um pronunciamento do deputado Paulo Duarte (PT). Ele lembrou que em sua terra Natal, Corumbá, 90% das mulheres presas são mulas, e que os verdadeiros responsáveis pelos carregamentos de entorpecente estão livres.

“O traficante, o vagabundo, está nas ruas”, disparou.

Uso crônico

Exames de imagem mostram que o uso diário da maconha pode ter efeitos negativos sobre a química do cérebro, aponta um novo estudo.

Na pesquisa, os investigadores revelaram que o uso crônico da droga provocou uma diminuição no número de receptores envolvidos em uma ampla variedade de importantes funções mentais e corporais como a concentração, a coordenação do movimento, o prazer, a tolerância à dor, a memória e o apetite.

Quando fumada ou ingerida, as substâncias químicas psicoativas da droga se ligam a numerosos receptores canabioides no cérebro e em todo o corpo, o que influencia uma série de estados mentais e ações. Um dos receptores canabioides conhecido, o CB1, está envolvido principalmente no sistema nervoso central.
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