Mara Caseiro defende internação compulsória para jovens dependentes

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Mara defende internação compulsória
02/08/2011 - 12:10 Por: Fernanda França - Assessoria de Imprensa    Foto: Giuliano Lopes

A deputada estadual Mara Caseiro (PtdoB) defendeu nesta terça-feira (2) a internação compulsória de jovens dependentes de drogas em Mato Grosso do Sul.

Projeto de lei nesse sentido, de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), já tramita no Congresso Nacional.

Pela proposta, todo cidadão diagnosticado como dependente químico de drogas ilícitas por junta médica do SUS (Sistema Único de Saúde), após ter sido encaminhado por autoridade judicial, poderá ser internado compulsoriamente para a desintoxicação, procedimentos terapêuticos e médicos.

"Sabemos que há correntes contrárias, mas quero questionar: será que é normal nós politicos, pais, mães, passarmos no semáforo e somente olharmos para o menor em situação de risco, e nao fazermos nada? Temos que chamar a atenção do poder público, sobretudo nós politicos, que estamos aqui para defender o bem estar da nossa população. Será que não é hora de defendermos esta internação compulsória?", afirmou, durante discurso na tribuna da Assembleia Legislativa.

Para que esta medida dê certo não só no Estado, mas em todo o País, Mara Caseiro ressalta que é necessário um olhar especial dos governantes para as políticas públicas voltadas para a Juventude.

"Hoje vejo a internação compulsória como uma grande saída, como o primeiro passo. Mas o que fazermos com essas pessoas que serão retiradas das ruas? Vamos simplesmente jogar em algum lugar? É ai que entra a criação de políticas públicas para ressocializar, trazer de volta para o mundo do estudo e do trabalho", opinou.

Durante aparte, o deputado Marquinhos Trad (PMDB) lembrou que esta é uma matéria discutida há muitos anos no Brasil, assim como a redução da maioridade penal como alternativa para reduzir a impunidade.

Para o peemedebista, a internação compulsória é a apenas uma consequência dentro deste processo. "Enquanto a causa não for atingida, vamos ficar enxugando gelo", disse.

De acordo com ele, o poder público ainda está muito permissivo, e colaborando pouco para tirar das ruas os menores viciados e infratores. "Como os estados e municipios permitem ainda menores nas ruas sendo usados por aqueles que querem o lucro fácil? Tirando as instituições religiosas, sabemos que o poder público pouco faz por estas pessoas. É um assunto importante, mas sabemos que está muito longe de ser resolvido", declarou.

O deputado tucano Professor Rinaldo também reforçou o discurso de Mara Caseiro, mas questionou se a redução da maioridade penal é uma alternativa viável no Brasil. Para ele, um dos caminhos é o esporte e o lazer para ocupar os jovens com boas atividades.

"Mais do que nunca é preciso pensarmos em uma terapia ocupacional para esta criançada. Sabemos que o governo e a prefeitura têm feito sua parte, mas ainda está um pouco distante do que precisamos. Temos que cobrar investimentos no esportre e na cultura", opinou.

Violência

Mara Caseiro subiu à tribuna da Assembleia munida de reportagens jornalísticas que demonstram o crescimento da criminalidade entre os jovens, muitas vezes resultante do uso indiscriminado de drogas.

Ela citou matérias que demonstram o envolvimento de jovens com crimes de estupro, furto, roubo e agressão, incluindo um arrastão no Shopping Campo Grande. Também trouxe a crítica de delegados e educadores às leis atuais sobre o tema e à atuação dos pais na educação destes adolescentes.

Para alguns destes especialistas, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e as leis vigentes são brandas no que se refere à punição de atos infracionais.

Nesse sentido, a deputada observou que a atuação da família está diretamente ligada a este tipo de comportamento distorcido. "Venho chamar mais uma vez a atenção da familia, sobre o resgate dos valores, hoje tão distorcidos em nossa sociedade. É preciso que os pais ponham mais limites em seus filhos, digam mais nãos", afirmou.

Para a parlamentar, liberdade não vigiada não tem efeito nos dias de hoje. "Temos que impor limites para que eles saibam o que é certo e errado. Hoje, nossos jovens chegam aos 15 anos achando que podem consumir drogas e inclusive cometer atos infracionais", complementou.
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