Deputados criticam falta de recursos para combate às drogas em MS

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Mara Caseiro critica falta de recursos para combate às drogas e violência na fronteira
23/02/2012 - 13:25 Por: Fernanda França - Assessoria de Imprensa    Foto: Giuliano Lopes

Deputados estaduais criticaram hoje (23) a falta de recursos para o combate às drogas em Mato Grosso do Sul, sobretudo na região de fronteira. A principal reclamação diz respeito a não inclusão do Estado na liberação de recursos do Programa Nacional de Enfrentamento ao Crack, que dispõe ao todo de R$ 4 bilhões para investimento em todo o território nacional.

A deputada Mara Caseiro (PTdoB) classificou o fato como “um retrocesso”. Ela destacou que essa “praga” que é o crack gera insegurança generalizada, mas, sobretudo, nos municípios de fronteira, onde há maior facilidade para os traficantes.

Ela defendeu o aparelhamento da Polícia Federal e afirmou que a exclusão de Mato Grosso do Sul da liberação de recursos para o combate ao crack é “totalmente descabida e contraditória”, visto que o Estado faz fronteira seca com Paraguai e Bolívia e necessita de um volume muito maior de recursos para o enfrentamento às drogas.

Mara Caseiro também questionou a falta de prestação de contas a respeito do dinheiro confiscado dos traficantes de drogas e contrabandistas.

Ela defende que este recurso seja revertido não apenas para a segurança pública dos municípios, mas para programas de geração de empregos, que combatem a ociosidade dos jovens e auxiliam indiretamente no combate às drogas.

Precariedade na fronteira

O deputado Professor Rinaldo Modesto (PSDB) subiu à tribuna para falar do assunto. Ele disse ter a impressão de que não há vontade do Governo Federal em combater o tráfico e a violência.

Relatório elaborado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) revelou a gravidade do problema. A delegacia de Ponta Porã, na divisa com o Paraguai, é a unidade mais precária da área de fronteira. O prédio apresenta goteiras, infiltrações, alagamentos e instalações elétricas comprometidas.

O tribunal concluiu ainda que o efetivo da Polícia Federal não é suficiente para atender os 11,6 mil quilômetros de fronteira do Brasil com países apontados como grandes produtores de maconha e cocaína (leia-se Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia).

A área abrange os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas.

Em toda essa extensão são apenas 14 delegacias federais, 118 delegados e 708 agentes, ou seja, um agente para cada 16 quilômetros e um delegado para cada 100 quilômetros.

Líder do PMDB na Casa, o deputado Eduardo Rocha defendeu que a Polícia Federal tenha um efetivo preparado especificamente para as fronteiras, com melhores salários.

Frente de Combate às Drogas

Para discutir estes e outros assuntos, e definir a pauta de atuação de 2012, a Frente de Combate às Drogas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul se reúne hoje (23), às 15h, na sala de reuniões da presidência.

O grupo pensa em agendar uma viagem a Brasília, nos próximos dias, para tratar justamente da exclusão do Estado na destinação de recursos do Programa Nacional de Enfrentamento ao Crack.

“Será que a presidente Dilma esqueceu de nosso Estado? Não podemos deixar isso pra lá”, disparou Mara Caseiro. Além dela e dos deputados Professor Rinaldo e Eduardo Rocha, integram a frente Paulo Duarte (PT), Dione Hashioka (PSDB), Marcio Monteiro (PSDB) e Marcio Fernandes (PTdoB).
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