Na semana da mulher, deputada defende ressocialização de agressores

Imagem: Mara Caseiro vai criar a Sala da Mulher na Assembleia
Mara Caseiro vai criar a Sala da Mulher na Assembleia
07/03/2012 - 14:53 Por: Fernanda França - Assessoria de Imprensa    Foto: Fernanda França

Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, comemorado anualmente no dia 8 de março, a deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) defendeu um trabalho de ressocialização com os agressores, como forma de evitar que este homem volte a cometer violência doméstica.

Projeto semelhante já é desenvolvido em Cuiabá, onde a parlamentar esteve na semana passada participando da abertura da campanha “Mato Grosso respeitando a mulher”. As ações, de acordo com ela, são estendidas a todos os municípios do Estado vizinho.

“O que adianta aplicar a Lei Maria da Penha, se o agressor sai da cadeia com a mesma consciência? Ele volta para casa e acaba batendo na mulher novamente”, observou a deputada, durante discurso nesta quarta-feira (7), na tribuna da Assembleia Legislativa.

A ideia de trabalhar psicológica e socialmente este agressor surgiu da “Sala da Mulher”, um projeto vinculado à Assembleia Legislativa que desenvolve campanhas e ações sociais, como doação de donativos a famílias necessitadas, combate à pedofilia e à violência doméstica.

O objetivo da deputada Mara Caseiro é implementar em Mato Grosso do Sul proposta semelhante, na tentativa de otimizar os trabalhos em favor da mulher, da criança e do adolescente e de ações que protejam a integridade física e psicológica destes segmentos.

“Em minha visita a Cuiabá, conheci o projeto `Lá em casa quem manda é o respeito’, uma das ações encabeçadas pela Sala da Mulher. Trata-se de uma proposta maravilhosa que mostra a união do Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria, cada um chamando o problema para si. Muito tem sido feito em Mato Grosso do Sul pelas nossas mulheres, mas ações vitoriosas como estas também podem servir de exemplo”, enfatizou, destacando a importância de se trabalhar “a consciência desse agressor”.

Voto feminino

Mara Caseiro esteve em Brasília esta semana participando das comemorações pelos 80 anos do voto feminino no Brasil. Para ela, este é um grande avanço, mas ainda é necessário dar estrutura para que as mulheres disputem as eleições em pé de igualdade com os homens.

Durante aparte, o deputado Diogo Tita (PPS) lembrou que esta luta é antiga e que as mulheres precisam se unir para ter cada vez maior representatividade nos cargos de poder.

Pedro Kemp (PT) também ressaltou que mesmo com a lei determinando uma cota de participação feminina nas chapas, poucas mulheres conseguem se eleger, já que ainda não dispõe da mesma estrutura masculina.

“Somente a lei não consegue mudar a realidade, se as mulheres não tiverem estrutura para disputar cargos eletivos em igualdade de condições”, reforçou.

Para o deputado Laerte Tetila (PT), esta é uma questão de organização das mulheres.

Estatísticas

Durante seu discurso, a deputada Mara Caseiro citou dados de recente relatório do Banco Mundial, sobre igualdade de gênero e desenvolvimento.

Conforme o levantamento, nas localidades onde um maior número de mulheres é responsável pela coordenação das finanças da casa, a saúde e a educação das crianças é prioridade.

O Brasil, apesar de ainda precisar avançar muito nas políticas públicas para a mulher, aparece bem nesta pesquisa, com apenas 32% das pessoas entrevistadas achando que os homens são líderes superiores às mulheres.

Este índice chega a 63% na Índia, 62% na Rússia e 49% no Chile. “Mesmo assim, vemos que há muito o que crescer, já que o machismo é uma questão cultural. Nós mesmos temos de aprender a criar nossos filhos compreendendo que não há diferença de capacidade entre os dois sexos”, finalizou.
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