Adoção não é pagamento de promessa, afirma psicóloga
Lilian Regina Zeola
28/05/2010 - 11:41
Por: Adriano Furtado
Foto: Giuliano Lopes
Ela explicou que as crianças para adoção, geralmente, tiveram uma convivência frustrada em uma família que não conseguiu se responsabilizar por ela, devido a negligência e omissão ou violência física, sexual, psicológica.
O maior problema segundo Lilian é que 70% dos interessados pretendem adotar uma criança de zero a dois anos de idade, de cor branca, do sexo feminino, que não apresente possibilidade de doença física ou mental.
Enquanto isso, a realidade nos abrigos é outra: a maioria são crianças com mais de três anos, negras ou pardas, pertencentes a grupos de irmãos, sendo algumas com necessidades especiais e portadoras de doenças.
Lilian também falou sobre a realidade nos abrigos, "bem diferentes dos antigos orfanatos da época da Febem". Segundo ela, eram grandes pavilhões, onde se colocavam centenas de crianças lado a lado, com banheiros e objetos pessoais coletivos e uso de uniformes para identificação.
"Era um tempo de vergonha, terror e cárcere, onde crianças e adolescentes eram recolhidos da sociedade e sofriam toda espécie de violências físicas e sexuais, humilhações e torturas". Segundo Lilian, após o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1992, os abrigos passaram a ser unidades pequenas, com no máximo 12 crianças e funcionamento que se aproxima da convivência familiar de um lar.
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.
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