Lorenzo Carrasco e Nelson Barretto vão depor esta tarde na CPI do Cimi

Imagem: CPI do Cimi ouve hoje os primeiros depoimentos
CPI do Cimi ouve hoje os primeiros depoimentos
13/10/2015 - 09:17 Por: Fernanda França    Foto: Patrícia Mendes/Montagem

O sociólogo e jornalista Lorenzo Carrasco e o jornalista Nelson Barretto serão os primeiros a depor na CPI do Cimi, Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga se o Conselho Indigenista Missionário é culpado por incitar e financiar invasões de propriedades particulares em Mato Grosso do Sul.

Os depoimentos estão marcados para as 14h desta terça-feira (13), no plenário da Assembleia Legislativa, de acordo com a presidente da CPI, deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB).

Ela ressaltou que, diante da profundidade e importância de conteúdo, há a possibilidade de ser solicitada uma sessão extraordinária para amanhã (14).

Lorenzo Carrasco é sociólogo e jornalista mexicano, autor do livro “Quem manipula os povos indígenas contra o desenvolvimento do Brasil” e coautor dos livros “Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do governo mundial” e “Máfia Verde 2: ambientalismo, novo colonialismo”.

Em entrevistas à imprensa, o sociólogo tem feito declarações polêmicas. Para ele, a espionagem promovida pelos Estados Unidos sobre o governo brasileiro vem sendo feita há pelo menos quatro décadas com ramificações nos movimentos indigenista e ambientalista.

De acordo com Carrasco, o coração do aparato ambiental de órgãos como o Greenpeace, WWF e o Instituto Socioambiental são parte de estruturas de inteligências dos governos anglo-americanos.

O autor afirma ainda que o aparato indigenista-ambientalista está sufocando o produtor brasileiro, em especial as pequenas e médias propriedades. Os maiores beneficiados nesse processo, segundo Carrasco, seriam as gigantes do comércio mundial de alimentos.

Nelson Barretto é jornalista e escritor, autor dos livros “Revolução Quilombola” e "Tribalismo Indígena: Ideal Comuno-Missionário para o Brasil no século XXI: 30 anos depois".

Igualmente polêmico, ele enxerga a atitude omissa do governo federal frente à guerra no campo como “radical” e diz que esse posicionamento levará o Brasil à fragmentação social e política por meio de decretos sem nenhum amparo constitucional, atropelando o direito de propriedade e instigando um conflito de raças.

Outros dois especialistas na área vão depor nas próximas sessões da CPI: o antropólogo Edward Luz e o padre Gildásio Mendes dos Santos.

A ordem ainda está sendo definida pelos membros da comissão, que é composta ainda pelos deputados Marquinhos Trad, do PMDB (vice-presidente), Paulo Corrêa, do PR (relator), Pedro Kemp (PT) e Onevan de Matos (PSDB), que são membros.

Mara Caseiro ressaltou que o objetivo da CPI é trazer a verdade à tona, “doa a quem doer”, e que esta comissão “será de resultados, e não de mídia”.

A deputada tem dedicado sem mandato a colaborar com o fim da guerra no campo, ocasionada pela disputa de terras que são consideradas originais pelos indígenas, mas são tituladas e de propriedade comprovada dos produtores rurais.

“Queremos saber se o Cimi está incitando e financiando essas invasões, pois temos denúncias de que milhares de dólares estão sendo aplicados para essa finalidade. É esse o nosso principal objetivo, proporcionando sempre o direito aos dois lados e em busca da verdade”, finalizou.
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