Cacique de Dourados vai ser convocado para depor na CPI do Cimi

O cacique guarani Renato Machado, uma das principais lideranças da Reserva Indígena de Dourados, deve ser convocado para depor na CPI que investiga se o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) incita e financia invasões de propriedades particulares em Mato Grosso do Sul.

Ele afirma que as invasões de 14 áreas urbanas às margens da Perimetral Norte não representam a vontade dos indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru e que estão sendo coordenadas por professores e diretores escolares, além de servidores de universidades e funcionários públicos, em busca de terrenos.

Conforme o líder indígena, as invasões de sítios e pequenos lotes foram incitadas por “pessoas de outras aldeias e funcionários de ONGs”, que inventaram para algumas famílias tratar-se de área indígena.

De acordo com a deputada Mara Caseiro (PSDB), presidente da CPI, as declarações dadas por ele em entrevista ao Jornal O Progresso, desta terça-feira (15), coincidem com outros depoimentos colhidos pelo colegiado até o momento. Para ela, o depoimento do cacique pode ser crucial para os trabalhos.

“O próprio cacique diz que as pessoas que estão invadindo esses terrenos não têm vocação para a agricultura, que chegam ao local de carro e que têm estrutura para montar os acampamentos. Não se trata de indígenas humildes em busca de terras ancestrais, e sim de gente orquestrada por ONGs como o Cimi, órgão que já está sendo investigado nesta Casa”, disparou a parlamentar.

A deputada lembrou ainda que pessoas de fora, sobretudo oriundas de outras áreas invadidas, estão se infiltrando na reserva para fomentar a invasão de pequenas propriedades. Há professores indígenas contratados de outras cidades para orientar essas ações.

“É tudo orquestrado. Fica claro que o depoimento do cacique Renato vai elucidar muitas coisas dentro da investigação”, concluiu a deputada.