Vereador desmente delegado e CPI do Cimi promove acareação

Imagem: Cotócio durante oitiva da CPI nesta tarde
Cotócio durante oitiva da CPI nesta tarde
16/03/2016 - 16:51 Por: Fernanda França    Foto: Wagner Guimarães

O vereador Cledinaldo Cotócio (PP), de Sidrolândia, foi ouvido na tarde desta quarta-feira (16) pelos membros da CPI do Cimi. Ele desmentiu depoimento do delegado da Polícia Federal, Alcídio de Souza Araújo, a respeito do processo de reintegração de posse da fazenda Buriti, em 2013. Por esse motivo, os dois passarão por uma acareação.

Ao narrar os momentos de tensão vividos na propriedade, que fica em Sidrolândia, o delegado afirmou que conversou com o vereador em um posto de combustíveis assim que chegou ao município. Cledinaldo teria avisado Alcídio de que membros do Conselho Indigenista Missionário estavam na área de conflito incitando os indígenas a resistir, ou seja, descumprir o mandado de reintegração de posse.

Hoje, em seu depoimento, o vereador desmentiu essa versão e afirmou que não tem certeza se os não índios presentes na área de conflito eram membros do Cimi.

“Eu só via tiro pra todo lado, nem prestei atenção se eram do Cimi ou não. Podiam ser jornalistas ou mesmo pessoas brancas casadas com indígenas”, declarou.

De acordo com a presidente da CPI, deputada Mara Caseiro (PSDB), a acareação deve acontecer já na próxima sessão, agendada para a tarde do dia 21.

Os membros da comissão ouviram ainda o depoimento do cacique Edson Candelário, da aldeia Argola, localizada em Sidrolândia. Ele foi o primeiro depoente a dizer que a única atividade do Cimi nas aldeias é promover cursos de capacitação para os indígenas.

Apesar de confirmar que membros do Conselho Indigenista Missionário participam das Assembleias do Povo Terena, negou que eles incitem os indígenas a promover invasões de propriedades particulares.

CHACOTA

O advogado Luiz Henrique Eloy, convocado para depor nesta tarde, ignorou a determinação da Justiça e não compareceu, novamente.

Ele encaminhou documento à CPI alegando que cursa doutorado em Direito na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e que por isso não pode comparecer. Pediu que a data da oitiva seja remarcada. Mesmo assim, foi emitido um mandado de condução coercitiva.

“Acionamos as autoridades competentes para localizar o advogado do Cimi. Há semanas tentamos agendar a oitiva, e ele consegue driblar os membros da comissão. Isso é uma falta de respeito com os deputados e com todos que estão aqui realizando um trabalho sério. Seria de bom tom que ele pelo menos comprovasse que realmente está no Rio de Janeiro”, afirmou Mara Caseiro.

Conforme a parlamentar, será solicitada a cooperação da Polícia do Rio de Janeiro para localizar Eloy, garantindo que ele esteja aqui na próxima sessão da CPI.
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