Mara Caseiro espera que STF derrube ação que veta a pílula do câncer

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Mara Caseiro quer liberação definitiva da fosfoetanolamina
18/05/2016 - 13:03 Por: Fernanda França    Foto: Wagner Guimarães

A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) lamentou hoje a ação impetrada AMB (Associação Médica Brasileira) para derrubar lei já sancionada pela então presidente Dilma Rousseff liberando a fabricação e distribuição da fosfoetanolamina, mais conhecida como a pílula do câncer.

O STF julga a ação nesta quinta-feira. Enquanto isso, centenas de doentes, muitos deles em estado terminal, esperam ansiosos por uma solução para a questão.

A entidade alega que a lei fere princípios constitucionais, uma vez que a eficácia e os possíveis efeitos colaterais causados pela substância são desconhecidos. Na opinião da AMB, a liberação da droga é incompatível com o direito à saúde, o direito à vida e a dignidade da pessoa humana.

Ocorre que há centenas de relatos de casos vitoriosos, onde pacientes com câncer, muitas vezes já desenganados dos médicos, conquistaram uma melhora significativa e até ficaram curados da doença depois de usar a fosfo.

“Isso sim é ter direito à dignidade, direito de lutar pela vida, isso sim é buscar o direito de viver. Só quem já passou pelo câncer, como eu, e conhece os efeitos devastadores de tratamentos agressivos como a rádio e a quimioterapia, sabe o valor de um tratamento como esse, que a fosfoetanolamina propõe”, afirmou Mara Caseiro.

A AMB alega que só foram feitos testes em camundongos e que a toxicidade da fosfoetalonamina é desconhecida. Entretanto, estudos já divulgados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia demonstraram que a pílula não é tóxica na quantidade em que é ingerida.

A substância foi objeto de estudo por mais de duas décadas do professor Gilberto Orivaldo Chierice, hoje aposentado, junto com outros cinco acadêmicos, e distribuído empiricamente a pacientes por 10 anos. Seu uso estava proibido devido à falta de testes definitivos sobre sua eficácia, até a lei sancionada por Dilma.

“Mas parece que esse avanço foi em vão, porque a questão foi judicializada pela AMB. Enquanto isso, milhares de pacientes que aguardam ansiosos para utilizar a pílula, estão impedidos. Eles não querem saber se a decisão de Dilma foi política, e muito menos querem saber da guerra travada com ela pela classe médica. É como se houvesse uma bomba relógio dentro de cada um deles. Quem tem câncer, tem pressa. Quer cura”, disparou a deputada, ressaltando que esses pacientes querem apenas o direito de escolha sobre seu próprio tratamento.
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