Deputada acusa o Cimi de incendiar conflitos agrários em MS

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Mara Caseiro cobra Igreja Católica e diz que quer punição ao Cimi
17/06/2016 - 15:33 Por: Fernanda França    Foto: Roberto Higa

A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) acusou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) de incendiar os conflitos agrários em Mato Grosso do Sul. Na opinião da parlamentar, em vez de pregar a paz e o entendimento, a organização utiliza seus canais na internet para incitar os indígenas ao ódio.

“Tudo isso resulta em tragédias como a morte de mais um indígena no município de Caarapó. Não sabemos mais a quem denunciar, a quem recorrer, porque no relatório da CPI do Cimi ficou muito clara a atuação no sentido de incitar e financiar as invasões, o que é crime”, protestou a parlamentar, durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa nessa quinta-feira (16).

Mara também cobrou um posicionamento da Igreja Católica a respeito dos crimes que vem sendo cometidos por membros da organização.

“Acredito e confio na igreja católica, mas pergunto: não vão tomar nenhuma atitude a respeito dessa organização, que tem como presidente um bispo e que é ligada ao Conselho Nacional de Bispos do Brasil? Que se diz missionária, mas que só promove o ódio em nossas comunidades indígenas? Não dá mais para continuar achando que esse órgão está em nosso país para promover o bem, pois não está!”, disparou a parlamentar.

Para Mara Caseiro, a impressão que dá é que o Cimi “espera acontecer mais uma morte para fazer palanque, pois em seguida do recente conflito em Caarapó, os membros do órgão vieram com tudo na internet para, novamente, fazer acusações esdrúxulas e incendiar as comunidades indígenas com palavras de ódio”.

A deputada também pediu que a Assembleia Legislativa faça uma moção de repúdio ao deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que já visitou Mato Grosso do Sul diversas vezes para não só opinar, mas “se meter” nas questões indígenas do Estado.

“Ele não conhece nossa realidade, não é daqui, e não tinha que estar metendo o bedelho nas questões indígenas de Mato Grosso do Sul. Por que ele não vai cuidar dos problemas no Estado dele? Esse deputado só vem aqui para incitar o conflito, dizendo aos índios que eles são donos de tudo. Se é assim, por que ele não começa doando a casa dele para os índios? Seria uma ótima coisa a se fazer”, afirmou.

A deputada também lamentou a inércia do governo federal frente ao conflito agrário no Estado, que ocasionou mais uma morte em Caarapó. De acordo com ela, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tem telefonado reiteradas vezes ao atual ministro da Justiça, Alexandre Moraes, para discutir a questão.

Hoje à noite, Azambuja irá se reunir com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que está em Mato Grosso do Sul para cumprir agenda pública e acompanhar o caso.

A ideia é falar com o ministro sobre a proposta de usar repasses da dívida com a União para abastecer o Fepati (Fundo Estadual para Aquisição de Terras Indígenas).

Cerca de R$ 120 milhões mensais seriam depositados pelo governo estadual para a compra de terras. Para Mara Caseiro, resta a esperança que o novo governo solucione a questão.

“Já temos a solução, que é o Fepati. Só falta boa vontade política, é o que esperamos”, finalizou.
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