Audiência debate o cultivo de cana-de-açúcar hoje na Assembléia
21/05/2007 - 09:00
Por: Flávia Vicuña - Assessoria de Comunicação
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>O tema ?cultivo de cana-de-açúcar? tem estado em inúmeras discussões e continua ganhando espaço em função das divergências de opinião. Se por um lado, para ambientalista e defensores da natureza afirmar que o etanol é energia limpa é um contra-senso, há quem diga que a cultura da cana e a produção do etanol significa o fim do monopólio do petróleo. Há ainda os defensores dos direitos humanos que alertam para os riscos do trabalho escravo, enquanto a promessa de mais empregos enche de esperança uma fila enorme de desempregados e aparece como a grande salvação da econômica de municípios falidos.</FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>A expansão do setor é evidente, a região do Centro-Oeste conta hoje com 37 unidades produtoras de álcool e açúcar. Somente em Mato Grosso do Sul, são 12 usinas já instaladas e há outros 40 projetos protocolados junto ao CDI (Conselho de Desenvolvimento Industrial) da Seprotur (Secretaria de desenvolvimento agrário, da produção, da indústria, do comércio e do turismo) com pedido de incentivo fiscal. A previsão de investimentos ronda a casa dos R$ 10 bilhões, beneficio direto para 25 municípios de Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo que o momento é de oportunidades, surgem dúvidas e preocupações. O fim do binômio do boi-soja é um sonho antigo de quem luta pelo desenvolvimento do estado de Mato Grosso do Sul e busca a diversificação da economia. </FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>São várias as correntes contrárias ao boom da cana-de-açúcar e justificativas não faltam. O etanol, extraído da cana-de-açúcar, é visto como uma grande aposta para geração de energia limpa e renovável. A notícia de incentivo à produção entusiasma usineiros e o agronegócio em geral. O mesmo não acontece com os movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos humanos, que estão em estado de alerta. As correntes contrárias a expansão da cultura acreditam que a monocultura da cana irá substituir a produção de alimentos em diversas regiões, prejudica o meio ambiente, provoca doenças respiratórias por conta das queimadas e superexplora os cortadores de cana. Os defensores da produção de etanol no estado e no Brasil, apresentam uma visão bem mais positiva sobre o assunto e alegam que Mato Grosso do Sul é um sucessor natural do estado de São Paulo na liderança do mercado de álcool e açúcar, deixando para trás inclusive zonas nobres do Triangulo Mineiro, Paraná , Maranhão, Tocantins e Bahia . Nas regiões onde houve avanço da cultura os entraves burocráticos não minaram a disposição dos empresários de injetar recursos em projetos grandiosos. <STRONG>O pesquisador da EMBRAPA/SP (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), José Maria Gusman Ferraz que também participará da audiência pública, afirma que a certificação de usinas e extinção das queimadas reduziram os impactos ambientais negativos provocados pelas industrias sucroalcooleiras</STRONG>. </FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Verdana size=2>Todas essas questões serão colocadas e defendidas por diferentes representantes da cadeia produtiva, a fim de promover um debate amplo sobre a cultura da cana no estado. Participam da audiência pública do dia 21 de maio, na Assembléia Legislativa representantes de ongs locais e mundiais como o <STRONG>Greenpeace</STRONG>, sindicatos patronal e dos trabalhadores do setor, governo, Ministério Público do Trabalho, Usineiros, IBAMA e Universidades. ?Nossa intenção é conhecer bem os problemas e os benefícios que norteiam o cultivo de cana. Não temos nenhuma proposta pronta e acabada. O parlamento é o espaço para discussão. Através dessa iniciativa estamos querendo colaborar com desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul?, explica Amarildo Cruz.</FONT></P>
As matérias no espaço destinado à Assessoria dos Parlamentares são de inteira responsabilidade dos gabinetes dos deputados.