O desmatamento da floresta nativa do estado é tema de audiência pública nesta segunda-feira

31/08/2007 - 14:15 Por: Flávia Vicuña - assessoria de comunicação   

<p align="justify"><font face="Verdana" size="2"><img height="147" width="220" align="left" alt="" src="/Portals/0/amarildo/04-06-frente-ma.jpg" />Nesta segunda-feira, 03 de setembro, diferentes segmentos da sociedade&nbsp; se re&uacute;nem para uma discuss&atilde;o pol&ecirc;mica. A cadeia produtiva do carv&atilde;o vegetal e seus impactos ambientais, &eacute; o tema de uma audi&ecirc;ncia p&uacute;blica, na Assembl&eacute;ia Legislativa, proposta pelo deputado estadual Amarildo Cruz (PT).</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">A sociedade ter&aacute; a oportunidade de colocar opini&otilde;es favor&aacute;veis e contr&aacute;rias&nbsp; ao projeto de lei do deputado Amarildo Cruz, que trata da proibi&ccedil;&atilde;o do uso de madeira extra&iacute;da de floresta nativa para produ&ccedil;&atilde;o de carv&atilde;o vegetal e tamb&eacute;m sobre a necessidade de impedir o desmatamento em Mato Grosso do Sul. Especialistas afirmam que restam apenas cerca de 12% desse patrim&ocirc;nio natural no estado. &ldquo;Nosso projeto ainda est&aacute; aberto para&nbsp; altera&ccedil;&otilde;es. Queremos ouvir os segmentos para depois redigir o texto final da lei, realmente adequada e justa&rdquo;, explica do deputado.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2"><strong>Den&uacute;ncia<br />
</strong>A pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), professora S&ocirc;nia Hess, faz v&aacute;rias den&uacute;ncias sobre a devasta&ccedil;&atilde;o de nossas florestas.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Segundo a professora, quem compra uma geladeira, um carro, um fog&atilde;o, ou qualquer outro item contendo ferro em sua composi&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o sabe que, provavelmente, est&aacute; contribuindo para a destrui&ccedil;&atilde;o das &aacute;rvores do Pantanal, do Cerrado ou da Amaz&ocirc;nia.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">&ldquo;Sim, por incr&iacute;vel que possa parecer para a maioria das pessoas, um grande n&uacute;mero de ind&uacute;strias sider&uacute;rgicas instaladas em MS, MG e Caraj&aacute;s (Par&aacute;), no processo em que o min&eacute;rio de ferro &eacute; convertido em ferro-gusa ou a&ccedil;o, utiliza como insumo o carv&atilde;o vegetal proveniente da devasta&ccedil;&atilde;o de matas nativas na propor&ccedil;&atilde;o de, pelo menos,&nbsp;uma tonelada de &aacute;rvores para cada tonelada de ferro produzida&rdquo; denuncia.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">S&ocirc;nia Hess tamb&eacute;m afirma que nos &uacute;ltimos tr&ecirc;s anos, o mercado mundial de a&ccedil;o se aqueceu muito devido ao repentino e extraordin&aacute;rio crescimento dos mercados chin&ecirc;s e indiano, principalmente. E que por isso, as ind&uacute;strias sider&uacute;rgicas estariam investindo na expans&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o, atuando como promotores do desmatamento em &aacute;reas que ainda t&ecirc;m matas nativas. Por exemplo, em abril de 2007 foi inaugurada em Campo Grande/MS, uma sider&uacute;rgica (Sideruna) que, de acordo com dados fornecidos no EIA/RIMA, consome mais de 1.000 toneladas ao dia de &aacute;rvores nativas na forma de carv&atilde;o.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">&ldquo;Em entrevista concedida recentemente a um jornal local, o diretor desta empresa declarou que a ind&uacute;stria migrou de MG para o MS para baratear os custos ao se instalar na regi&atilde;o pr&oacute;xima de onde, h&aacute; anos, tem obtido a mat&eacute;ria-prima de que necessita. Ele s&oacute; n&atilde;o declarou que o insumo de que estava falando &eacute; o carv&atilde;o vegetal proveniente das carvoarias que consomem &aacute;rvores do cerrado e do pantanal de MS, Estado que tradicionalmente tem exportado 2/3 da produ&ccedil;&atilde;o total deste insumo para manter sider&uacute;rgicas de MG&rdquo;, garante S&ocirc;nia Hess.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Al&eacute;m da Sideruna, em MS h&aacute; outras duas grandes sider&uacute;rgicas em funcionamento (uma em Aquidauana e outra em Ribas do Rio Pardo (Vetorial)), al&eacute;m da sider&uacute;rgica MMX, que em breve dever&aacute; ser inaugurada em Corumb&aacute;, cora&ccedil;&atilde;o do Pantanal. Todas estas ind&uacute;strias utilizam carv&atilde;o de matas nativas na propor&ccedil;&atilde;o de centenas ou milhares de toneladas ao dia, e foram licenciadas pelo &oacute;rg&atilde;o ambiental de MS para funcionarem desta forma. </font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">N&atilde;o h&aacute; lei que impe&ccedil;a que uma ind&uacute;stria utilize, diariamente, milhares de toneladas de insumos provenientes da destrui&ccedil;&atilde;o de matas nativas. O c&oacute;digo florestal brasileiro, lei 4.771, de 1965, no artigo 21 estabelece que &quot;as empresas sider&uacute;rgicas, de transporte e outras, &agrave; base de carv&atilde;o vegetal, lenha ou outra mat&eacute;ria-prima vegetal, s&atilde;o obrigadas a manter florestas pr&oacute;prias para explora&ccedil;&atilde;o racional ou formar, diretamente ou por interm&eacute;dio de empreendimentos dos quais participem, florestas destinadas ao seu suprimento. Par&aacute;grafo &Uacute;nico. A autoridade competente fixar&aacute; para cada empresa o prazo que lhe &eacute; facultado para atender ao disposto neste artigo, dentro dos limites de 5 a 10 anos &quot;Ou seja, pela legisla&ccedil;&atilde;o ainda vigente, somente depois de 10 anos de funcionamento, a ind&uacute;stria poder&aacute; ser punida por consumir carv&atilde;o de matas nativas, como foi o caso da Sideruna e das sider&uacute;rgicas de Caraj&aacute;s, que em janeiro de 2006 foram multadas, respectivamente, em 23 milh&otilde;es e 500 milh&otilde;es de reais.</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Os fatos descritos acima podem explicar, em grande parte, por que o Brasil &eacute; o quarto emissor de carbono do mundo, sendo que 75% deste prov&eacute;m de desmatamentos. &ldquo;Se nada for feito, em breve n&atilde;o estaremos mais figurando nesta vergonhosa posi&ccedil;&atilde;o, meramente, porque as florestas ter&atilde;o acabado&rdquo; conclui a professora. <br />
Composi&ccedil;&atilde;o da mesa </font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2"><strong>Participam da audi&ecirc;ncia:<br />
</strong>Minist&eacute;rio do Trabalho &ndash; C&iacute;cero Rufino &ndash; procurador MPT<br />
IBAMA &ndash; J&acirc;nio Marques da Silva &ndash; chefe da divis&atilde;o t&eacute;cnica<br />
Comiss&atilde;o Permanente de Combate ao Trabalho Escravo -Maucir Pauletti &ndash;Coord.comiss&atilde;o<br />
Minist&eacute;rio P&uacute;blico Estadual &ndash; Luciano Anechini &ndash; Promotor de justi&ccedil;a Ambiental<br />
Sindicato dos Trabalhadores em Carvoarias &ndash;Marcos Marin &ndash; pres. Sindicato<br />
FAMASUL &ndash; Ademar Silva &ndash; Dir. FAMASUL<br />
FIEMS &ndash; Irineu Milanese e Cl&aacute;udia Valpini &ndash; dir. FIEMS<br />
EMBRAPA Pantanal- D&eacute;borah Calheiros &ndash; pesquisadora EMBRAPA<br />
Pol&iacute;cia Militar Amabiental &ndash; Tenente Coronel&nbsp; Jos&eacute; Augusto Casatro<br />
FETAGRI &ndash; Geraldo Teixeira &ndash; pres. FETAGRI</font></p>
<p align="justify"><font face="Verdana" size="2"><strong>Audi&ecirc;ncia p&uacute;blica<br />
</strong>Data: 03 de setembro(segunda-feira)<br />
Local: assembl&eacute;ia legislativa (plen&aacute;rio J&uacute;lio Maia)<br />
Hor&aacute;rio: 9h</font></p>
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