Deputado questiona carvão vegetal que será utilizado em siderúrgica de Três Lagoas

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25/09/2008 - 17:28 Por: Adriana Orrico - Assessoria de Imprensa    Foto: Vanessa Gama

A quantidade e a origem do carvão vegetal a ser utilizado pela Siderúrgica Centro-Oeste Ltda (SICO), do Grupo Grendene, que será instalada em Três Lagoas, foi questionada pelo deputado estadual Amarildo Cruz (PT), durante sessão desta quarta-feira (24). O grupo pretende dar início à operação da indústria em 2011 e investir US$ 450 milhões de dólares no projeto.

A preocupação do parlamentar que defende o meio ambiente, é se existem florestas plantadas para a produção do carvão vegetal, que será utilizada pela siderúrgica em seu processo de produção de ferro-gusa e vergalhões de aço no Estado.

“Recentemente foram publicados estudos de que o carvão vegetal está dizimando grandes áreas do nosso Estado. Precisamos proteger a mata nativa, não permitindo que alimente os fornos das indústrias siderúrgicas”, defende Amarildo Cruz.

O requerimento apresentado pelo parlamentar será encaminhado ao governado do Estado André Puccinelli, com cópia à SEMAC (Secretaria do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento , da Ciência e Tecnologia).

Consumo do carvão vegetal no MS

Um estudo encomendado pela Conservação Internacional, publicado pelo jornal Correio do Estado, apontou que grandes áreas do cerrados estão ardendo em brasa nas siderúrgicas.

O principal problema apontado pelo pesquisador André Carvalho, da Fundação Getúlio Vargas, é que o estoque legal de madeira plantada que pode ser convertida em carvão em Mato Grosso do Sul é insuficiente para atender a demanda.

O estudo calculou que, no ano passado, para abastecer o novo complexo minero-siderúrgico de MS, eram necessárias 240 mil toneladas de carvão (ou 5,5 mil hectares de área plantada para corte). Em 2009, isso deve subir para 400 mil toneladas (9mil ha), em 2011, para 1,4 milhão (32 mil ha); e, a partir de 2015, serão necessários 2,4 milhões de t (56 mil ha).

A árvore mais usada nas reservas é o eucalipto, que leva sete anos para chegar à fase de corte. Segundo o levantamento, MS dispõe hoje de, no máximo, 5 mil ha prontos para o corte.
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