Audiência reúne movimento negro em apoio à política de cotas

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19/11/2008 - 08:42 Por: Adriana Orrico - Assessoria de Imprensa Deputado Amarildo Cruz (PT)    Foto: Victor Chileno / ALMS

Na semana da Consciência Negra, lideranças do movimento negro de Mato Grosso do Sul estiveram reunidas na audiência pública sobre cotas para negros no serviço público estadual, nesta terça-feira (18), no plenário da Assembléia Legislativa.

O advogado Humberto Adami, do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental do Rio de Janeiro, abordou a política de cotas. “Este debate ocorre em todo o país. Não faltam pessoas para dizer que a medida é uma forma de racismo ao contrário”, afirmou o palestrante, que defende 16 entidades do movimento negro no Estado fluminense.

Ele citou os benefícios da política de cotas no ensino superior e o não cumprimento da lei 10.639/03 que torna obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares. A Faculdade da Cidadania Zumbi dos Palmares, mantida pelo Instituto Afro-Brasileiro de Ensino Superior, com sede na cidade de São Paulo, é considerada um dos avanços na área da educação.

Ao discursar sobre racismo, Adami contou a história de uma empregada doméstica negra que compareceu a uma entrevista de emprego anunciada no jornal. A publicação trazia: contrata-se empregada branca. “A empregadora ao se deparar com a mulher negra teria dito que além de negra, ela era analfabeta. Mesmo assim muitos acreditam que não há racistas no Brasil”, declarou o advogado.

Na luta contra o racismo, Adami defende metas de inclusão racial, a exemplo do decreto 4228/02, que institui, no âmbito da Administração Pública Federal, o Programa Nacional de Ações Afirmativas.

Na abertura do evento em que se discutiu o projeto de cotas apresentado em agosto pelo deputado Amarildo Cruz, os participantes puderam conferir a apresentação de capoeira do Ylê Camaleão e do grupo de percussão Mukando Kandongo.

Na ocasião, também estiveram presentes a coordenadora estadual de Políticas para Promoção da Igualdade Racial, Raimunda Luzia de Brito; a presidente do Fórum das Entidades do Movimento Negro, Vânia Lucia Baptista Duarte; o deputado Pedro Teruel (PT); o vereador Cabo Almi; a desembargadora Marilza Lúcia Fortes, e os juízes Francisco Gerardo e José Andrade Berlange.


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