Amarildo Cruz lamenta declarações de Puccinelli

O deputado estadual Amarildo Cruz (PT) manifestou-se contra as declarações do governador André Puccinelli (PMDB) sobre o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Ele considerou o comportamento lamentável e disse que se sentiu envergonhado ao ver o nome do Estado envolvido num assunto que repercutiu negativamente em todos os veículos de comunicação do país.

“Sinto-me envergonhado diante de qualquer pessoa que trata a política desta maneira. Precisamos discutir projetos, programas de governo e políticas públicas”, declarou o deputado, na sessão desta quarta-feira, 23.

O desentendimento entre as autoridades, Puccinelli e Minc, se deve pelas posições contrárias em relação ao projeto de zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar. O governo federal, que lançou o projeto na semana passada, proíbe a expansão da atividade no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguaia. Já a proposta estadual pretende liberar uma área do entorno desta região para o plantio da cana.

“O projeto ambiental para o país é do governo, não do ministro. Da forma que foi colocada pelo governador, todas as pessoas que têm preocupação com as questões ambientais se sentem atacadas”, afirmou Amarildo Cruz.

Quanto ao zoneamento ecológico econômico do Estado, o deputado defendeu amplo debate por meio de audiências públicas. “Precisamos discutir com veemência tal projeto, respeitando inclusive o contraditório e quem não pensa como a gente”, declarou.

O deputado disse ainda que as divergências entre os governos federal e estadual podem gerar instabilidade entre os empresários que, por ventura, pretendem investir na região.

Nota pública – Sobre as acusações do governador, a Direção Estadual do PT divulgou uma nota reiterando que “independente das divergências políticas, programáticas e ideológicas entre representantes governamentais e das demais instituições, as relações devem ser pautadas pelo mais alto respeito público”.

O texto diz ainda que a direção do partido ficou preocupada e perplexa com as declarações, que incitam a violência e a intolerância, bem como considera tal conduta “inaceitável de quem foi alçado ao posto de governador de estado”.