Velório de Lúdio Coelho lota plenário na Câmara da Capital

Imagem: O plenário da Câmara ficou lotado durante o velório do ex-senador.
O plenário da Câmara ficou lotado durante o velório do ex-senador.
23/03/2011 - 09:46 Por: João Humberto e Heloíse Gimenes    Foto: Giuliano Lopes

Plenário lotado na Câmara de Vereadores de Campo Grande. Amigos do ex-prefeito da Capital e ex-senador Lúdio Coelho compareceram esta manhã ao local para prestar suas últimas homenagens durante o velório e relembraram histórias pitorescas de um homem que fez do seu trabalho um exemplo a ser seguido.

O governador André Puccinelli (PMDB) disse que o amigo deixa um legado de coerência, sinceridade e honestidade. “Ele era um homem simples, muito trabalhador, brincalhão, risonho, idealizador e que gostava dos ‘assentamentos sociais’ [Dom Antônio Barbosa e Zé Pereira], principalmente o Zé Pereira, que era a menina dos olhos dele”, confidenciou o peemedebista, relembrando que foi Lúdio o responsável pela implantação dos dois bairros.

André se lembra de uma vez em que presenciou Lúdio conversando com uma senhora em um bairro da Capital e narrou o diálogo ao Portal ALMS. “Ela disse que gostava muito dele e que sua presença no lugar era muito importante. Depois a senhora o questionou sobre quando retornaria à região, momento em que Lúdio perguntou ao assessor: ‘quando será a próxima eleição’?”.

A seriedade de Lúdio Coelho também é um dos quesitos lembrados por Puccinelli. “Lúdio era muito honesto, não enrolava ninguém. Era sim, sim, não, não”.

Sobrinho neto - Edmar Neto, que já foi vereador de Campo Grande e é sobrinho neto de Lúdio, disse que o tio avô praticamente o criou, afinal, quando seus avôs paternos morreram, seu pai acabou sendo criado pelo ex-senador.

“Um dia uma pessoa perguntou a ele se eu era seu neto e o vô Lúdio disse assim: Vamos esclarecer logo a história, somos amigos”, comentou Edmar, citando que o tio avô tinha como prioridade a verdade, honestidade e que nunca escondeu nada da população.

Para Edmar, o tio avô tratava tudo com muita naturalidade e quando decidiu deixar a vida pública, sofreu contestação por parte do sobrinho neto, “mas logo entendi”, afirmou. “O Lúdio nasceu no dia 22 de setembro, começo da primavera, e morreu em 22 de março, início do outono, quando as flores caem, mas também no momento em que os frutos são colhidos. Ele vai deixar muita coisa boa para os sul-mato-grossenses”, enfatizou Edmar, em tom emocionado.

O presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul), Leonardo Duarte, esclareceu que Lúdio deixa uma história dedicada à sociedade sul-mato-grossense, com destaque para sua austeridade, luz e bom trabalho. “Ele nos impressionava pela perseverança e cultivo do hábito de trabalhar muito”.

Morte - Lúdio morreu aos 88 anos ontem à tarde, por volta das 14h40, no Proncor, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no local desde sexta-feira (18).
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