"Farmacinha" doméstica: um duplo problema com raízes culturais

Imagem: Audiência proposta pelo deputado Lauro Davi tem por objetivo discutir medicamentos nas residências.
Audiência proposta pelo deputado Lauro Davi tem por objetivo discutir medicamentos nas residências.
18/05/2011 - 15:32 Por: Paulo Fernandes    Foto: Roberto Higa

O CRF (Conselho Regional de Farmácia), a Promotoria de Meio Ambiente e o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Lauro Davi (PSB), consideram um problema cultural as chamadas "farmacinhas domésticas". Eles participam da audiência “Medicamentos nas Residências, uma arma contra o cidadão e um risco para o meio ambiente”, nesta quarta-feira (18/5), na Casa de Leis.

Para as entidades, os medicamentos na residências são um risco para a saúde das pessoas, que fazem a automedicação, e para o meio ambiente, com o descarte inadequado dos remédios.

Não existe um local adequado para jogar os remédios vencidos e nem mesmo coleta residencial. "No Brasil, 28% das intoxicações são provocadas por automedicação, pelo consumo de remédios vencidos", afirmou o propositor do evento, o deputado Lauro Davi.

Ele explica que a situação é ainda pior pelo fato de a Lei do Remédios Fracionados ter uma abrangência muito limitada.

Lauro Davi acredita que a solução para o fim do estoque de medicamentos nas residências está na educação. "É preciso fazer campanhas, como se faz com relação ao trânsito", afirmou.

"É um problema cultural, mais do que jurídico", acrescentou o promotor de Justiça e Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Alexandre Raslan.

Já com relação ao descarte inadequado dos remédios, o presidente do CRF, Ronaldo Abrão, explicou que isso gera contaminação das águas e as empresas de tratamento não conseguem reter essas substâncias danosas, que podem voltar pelas torneiras e ainda tornar as bactérisa mais resistentes.
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