Trabalhadores querem ministério próprio da Economia Solidária

Imagem: Para coordenadora executiva do Fórum Estadual da Economia Solidária, avanços obtidos pelo movimento poderão ser perdidos.
Para coordenadora executiva do Fórum Estadual da Economia Solidária, avanços obtidos pelo movimento poderão ser perdidos.
01/06/2011 - 16:11 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Roberto Higa

No Mato Grosso do Sul existem aproximadamente cinco mil empreendimentos econômicos solidários, distribuídos em diversas comunidades rurais e urbanas, sobretudo na agricultura familiar. Os trabalhadores ligados ao setor reivindicam um espaço próprio, ao contrário do que o Governo Federal propõe, por meio do projeto de lei 865/2011, que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

Com status de ministério, o novo órgão abrigará a Senaes (Secretaria Nacional de Economia Solidária), atualmente vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego. “Queremos um espaço próprio. Defendemos a criação de um ministério específico da Economia Solidária. No entanto, diante deste projeto de lei, é preferível a permanência no Ministério do Trabalho ou nos juntarmos ao Ministério do Desenvolvimento Agrário”, disse a coordenadora executiva do Fórum Estadual da Economia Solidária, Sebastiana Almire de Jesus.

O superintendente regional do Trabalho e Emprego, Anízio Pereira Tiago, reconheceu que a economia solidária e as micro e pequenas empresas são dois segmentos com visões diferentes de produção. “Uma Secretaria da Micro e Pequena Empresa é a que mais diferencia da Economia Solidária. Acredito que um ministério específico possibilitará a independência administrativa e política, garantindo assim o apoio de outros setores do Governo Federal”, comentou.

Sebastiana destacou que os avanços obtidos pelo movimento ao longo de oito anos poderão ser perdidos caso o projeto de lei seja aprovado. “No Brasil, o movimento de economia solidária vem crescendo e ganhando força. Estamos fundamentados em um desenvolvimento sustentável e socialmente justo. Não podemos perder tudo o que conquistamos em nossa história”, conclui.
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