Brasil não tem instrumento para tratar epidemia de crack

Imagem: Audiência pública sobre enfrentamento e combate ao crack, no plenário Júlio Maia, na Assembleia.
Audiência pública sobre enfrentamento e combate ao crack, no plenário Júlio Maia, na Assembleia.
20/06/2011 - 15:22 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Giuliano Lopes

O número de viciados em crack no Brasil ultrapassa 1 milhão. Entre as drogas é a mais destrutiva. Na tarde desta segunda-feira (20/6), por proposição do deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB), a Assembleia Legislativa discute este problema de saúde pública na audiência “Enfrentamento e combate ao crack”.

“O avanço do crack no Brasil se tornou uma epidemia. Não há uma classe social atingida, são todas as classes. O crack está em todos os municípios, tanto na área urbana como a rural, se tornando um grave problema de saúde pública. O crack destrói o usuário e sua família. O Poder Público precisa enfrentar este problema de frente e evitar a destruição de nossos jovens”, destacou Rocha.

Para o juiz federal Odilon de Oliveira, a situação é crítica. “A estrutura da polícia é frágil. O número de efetivo é baixo. A estrutura prisional é deficiente, pois não recupera ninguém”, disse.

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta, membro da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, afirmou que o país não tem instrumento para tratar a epidemia de crack.

Prevenção – Odilon acredita que o grande problema está na falta de prevenção. "É necessária uma mobilização envolvendo as escolas, famílias, meio de comunicação, igrejas, órgãos públicos e classe empresarial".

Segundo o juiz, o Estado não tem recurso para investir em combate e prevenção e, por isso, é importante o apoio de empresários. “A recompensa seria o incentivo fiscal. Outra solução é usar o dinheiro apreendido do tráfico de drogas para investir em combate e prevenção às drogas”, explicou.

Mandetta destacou o aspecto frágil das leis. “O Brasil precisa de leis mais severas para o tráfico. Estou apresentando proposta para acabar com a redução de pena para o crime de tráfico de droga. É inadmissível que aquele que visa o lucro sobre o sofrimento das pessoas, consiga viver em um paraíso de impunidade, que é o Brasil”, salientou.
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