Novas políticas da Eletrosul podem deixar MS sem luz

Imagem: Audiência que discutiu os riscos a MS das novas políticas de operação da Eletrosul aconteceu no plenário Júlio Maia.
Audiência que discutiu os riscos a MS das novas políticas de operação da Eletrosul aconteceu no plenário Júlio Maia.
22/06/2011 - 17:09 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Wagner Guimarães

A Eletrosul é responsável pelo transporte de 80% da energia elétrica de Mato Grosso do Sul. O sistema de transmissão da empresa possui uma potência de transformação de 11.969,3MVA, instalada em 29 subestações. Duas se encontram em Campo Grande e Dourados.

Há poucos dias, a Eletrosul anunciou uma nova política de operação. Preocupado com os riscos a Mato Grosso do Sul desse novo conjunto de ações, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, realizou na tarde desta quarta-feira (22/6), uma audiência pública que reuniu trabalhadores e sindicatos de vários Estados.

De acordo com o representante da FNU (Federação Nacional dos Urbanitários), Franklin Moreira Gonçalves, caso seja implantada essa nova política de operação, as subestações de Campo Grande e Dourados serão operadas por telecontrole. Ele adverte as consequências: insegurança no sistema elétrico, desassistência das unidades de operação, precarização dos serviços prestados e sobrecarga operativa.

Elvio Marcos Vargas, presidente do Sinergia/MS (Sindicato dos Eletricitários de Mato Grosso do Sul), disse que o resultado é trágico para Mato Grosso do Sul, inclusive, com o fechamento de postos de trabalho. “A desassistência de subestações força o fechamento de locais de trabalho ou transferências para outros locais. Nossos operadores vivem hoje um verdadeiro drama”, destacou.

Sérgio Vieira, representante da Intersul (Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil), alertou que Mato Grosso do Sul poderá sofrer apagões. “Como serão operadas por Londrina, no Paraná, as subestações de Mato Grosso do Sul ficarão desassistidas. O sistema de telecontrole não é confiável. Em caso de desligamento, haverá uma demora na recuperação da energia, ou seja, o Estado poderá sofrer apagões.”

O deputado Marquinhos Trad adiantou que haverá grandes prejuízos financeiros para o Estado. “A população será penalizada por essa nova política da Eletrosul. O desenvolvimento de Mato Grosso do Sul ficará comprometido. O compromisso com o bem público desaparece em prol ao interesse econômico”, desabafou.

Resultado – A audiência pública resultou em uma moção em que os trabalhadores manifestam a contrariedade em relação à implantação da nova política de operação da Eletrosul e solicitaram que seja restabelecida a discussão com os sindicatos.
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