Violência contra mulher aumentou 50% em 4 anos, diz delegada

Imagem: Segundo delegada, acesso à informação levou mulheres a denunciarem mais.
Segundo delegada, acesso à informação levou mulheres a denunciarem mais.
22/09/2011 - 15:48 Por: Talitha Moya    Foto: Marco Miatelo

Os registros de casos de violência contra a mulher aumentaram em 50% nos últimos quatro anos. Essa foi uma das constatações feitas pela titular da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Lúcia Ferreira Falcão, durante palestra nesta quinta-feira (22/9) na 4ª Semana da Saúde promovida pelo Centro de Saúde da Assembleia Legislativa. A delegada falou sobre a atuação da polícia, apresentou estatísticas e projetos voltados para vítimas da violência doméstica.

Segundo levantamento feito pela DEAM, de 2007 para 2010 o número de registros de boletins de ocorrência de violência doméstica saltou de três mil para seis mil, o que equivale a 16 casos por dia. Somente no primeiro trimestre deste ano, cerca de 1.361 casos já foram registrados, na maioria, crimes de ameaça e lesão corporal.

“Esse aumento é resultado do encorajamento da mulher, que está mais consciente, informada e esclarecida dos seus direitos”, explicou a delegada, que também preside o CEDM (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher).

Para a delegada, a nova postura feminina diante da violência se deve aos trabalhos de educação e informação feitos nas escolas e bairros da cidade. “A mulher tomou conhecimento de que existe uma rede de proteção a favor dela”, ressaltou.

Durante a palestra, Lúcia citou projetos de apoio desenvolvidos pela delegacia. Um deles é o DEAM Itinerante, que conta com a ação de integrantes da polícia feminina, psicólogos e assistentes sociais que visitam bairros com o objetivo de orientar as mulheres sobre os registros de ocorrências, além de todo o suporte de atendimento.

“Vários prejuízos para a sociedade acontecem em função deste tipo de violência, como transtornos no ambiente de trabalho, questões de saúde pública, além do envolvimento de crianças, na maioria dos casos”, relatou a delegada.

De acordo com a subsecretária estadual da Mulher e da Promoção da Cidadania, Carla Stephanini, que também participou da Semana da Saúde, a iniciativa da Assembleia Legislativa em abordar a violência doméstica é muito relevante para a população. “É importante abrir esse espaço para difundir as informações. Essa abordagem é essencial para garantir também a saúde da mulher”, declarou.

No evento, Stephanini destacou o plano de ampliação das unidades do Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Violência no Estado. Os locais já existem na Capital, em Dourados e Nova Andradina, e outros devem ser implantados em mais oito municípios até novembro. “Queremos garantir a regionalização do serviço e, assim, proporcionar um atendimento de qualidade e acolhimento mais humanizado para fortalecer a mulher quando ela tomar sua decisão, seja qual for”, concluiu a subsecretária.
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