Situação da comunidade Laranjeira Nhanderu gera debates

Imagem: Deputados Laerte Tetila e Zé Teixeira discutiram a questão da comunidade indígena Laranjeira Nhanderu.
Deputados Laerte Tetila e Zé Teixeira discutiram a questão da comunidade indígena Laranjeira Nhanderu.
28/09/2011 - 12:17 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Giuliano Lopes

A situação das comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul voltou a ser debatida na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Laerte Tetila (PT) usou a tribuna na sessão desta quarta-feira (28/9), e denunciou que os 150 indígenas guarani-kaiowá da comunidade Laranjeira Nhanderu vivem em último grau de exclusão social.

A Justiça Federal determinou que os índios da comunidade Laranjeira Nhanderu desocupem a área de reserva ambiental da Fazenda Santo Antônio da Nova Esperança, localizada no município de Rio Brilhante. Eles ainda não cumpriram a determinação, pois afirmam que o local se trata de terra ancestral.

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) ofereceu à comunidade Laranjeira Nhanderu uma área de seis hectares, próxima à Fazenda Santo Antônio da Nova Esperança. Segundo Tetila, essa área não possui infraestrutura para atender os índios. “É uma situação delicada. Essa comunidade vive bem na área de reserva ambiental, onde pesca e caça. Os índios trabalham em usinas e fazendas da região. Já o local oferecido não possui mata e córrego, enfim, está abandonado”, informa.

Tetila considera a situação como o último grau de exclusão social. “É um total desrespeito ao ser humano. Devemos repensar os valores e proteger a dignidade da comunidade indígena, que é um direito constitucional”, desabafa.

O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) concorda que a condição da comunidade Laranjeira Nhanderu é dramática, mas não aceita que os índios permaneçam na área de reserva ambiental. “Ela é de propriedade privada. O direito de propriedade precisa ser preservado, portanto, não é certo que permaneçam na área. Sou contra tudo o que é ilícito. A responsabilidade dos índios é do Governo Federal, que não os respeita”, afirma Teixeira.
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