Deputados cobram solução contra conflito fundiário indígena

Imagem: Pedro Kemp cobrou uma solução do Governo Federal e Zé Teixeira afirmou que invasões são incentivadas pelo Cimi.
Pedro Kemp cobrou uma solução do Governo Federal e Zé Teixeira afirmou que invasões são incentivadas pelo Cimi.
22/11/2011 - 14:12 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

O atentado contra indígenas e a possível execução do líder espiritual do grupo, Nísio Gomes, no assentamento Guaiviry, entre Aral Moreira e Amambai, na região sul do Estado, gerou debates nesta terça-feira (22/11) na Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais Zé Teixeira (DEM) e Pedro Kemp (PT) falaram sobre o assunto.

Kemp cobrou do Governo Federal uma solução urgente para o fim dos constantes conflitos entre índios e produtores rurais. Ele defende uma indenização justa para os proprietários rurais que perderem terras por conta dos estudos antropológicos da Funai (Fundação Nacional do Índio).

A intenção é controlar o clima de tensão e terror na região Sul, evitando mais violência contra os indígenas e mortes. “Estamos vendo morte atrás de morte e não vemos solução”, disse.

Ele lembrou que o mundo todo está acompanhando a situação de desrespeito aos direitos humanos. O ataque contra os índios foi destaque no jornal norte-americano The New York Times e notícia em jornais de todo o mundo.

“Chega de derramamento de sangue. A imagem de Mato Grosso do Sul é de um estado sem lei”, afirmou. “Chega de mortes, assassinatos e pessoas desaparecidas”.

Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), 250 indígenas foram mortos em Mato Grosso do Sul nos últimos oito anos.

Zé Teixeira – Representante dos produtores rurais, o deputado Zé Teixeira (DEM) também defendeu uma solução pacífica para o problema.

“Toda a vez que acontece um incidente mancha a imagem do Estado”, disse. “O que está acontecendo é uma coisa muito ruim para o País. O produtor rural não gosta de desrespeitar a lei”.

Em seu discurso, o democrata acusou ainda o Cimi de incentivar a “desordem” e a invasão de terras. “O Cimi fica instigando o índio contra o produtor rural”, afirmou.

Manifesto - Na próxima sexta-feira (25/11), o Plenário Júlio Maia, da Assembleia Legislativa, será palco de um ato em defesa aos povos indígenas.

A data marca a morte do líder indígena Marçal de Souza Tupã-I, assassinado em 1983, na porta de casa, em Antônio João.

O ato contra a impunidade e em defesa dos povos indígenas está marcado para às 9h.

Segundo o deputado Pedro Kemp, o manifesto suprapartidário está sendo organizado pela Assembleia Legislativa, Comissão de Direitos Humanos e entidades.
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