Ex-gari volta a estudar após 12 anos e passa na UFGD

Imagem: Gari de origem indígena, Walkiria Benites, de 36 anos, recebeu homenagem na ALMS.
Gari de origem indígena, Walkiria Benites, de 36 anos, recebeu homenagem na ALMS.
28/02/2012 - 12:02 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

Após 12 anos, a gari de origem indígena Walkiria Aparecida Benites, de 36 anos, voltou a estudar e passou em 26º lugar no vestibular 2012 da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) no curso de Ciências Biológicas. A história de superação veio com a ajuda do Instituto Luther King, onde Walkiria estudou por dois anos. Ela foi homenageada nesta terça-feira (28/2) na Assembleia Legislativa.

“Estou muito contente, muito feliz de estudar. Até sexta-feira eu era gari e a partir de agora sou universitária”, conta. “Sempre quis fazer Ciências Biológicas”, acrescenta.

Trabalhando durante todo o dia e estudando à noite, Walkiria não faltou a nenhuma aula, ressaltou o presidente do Instituto Luther King, Aleixo Paraguassú. “Durante os dois anos que frequentou o Instituto teve uma frequência impecável: 100%. É um exemplo para todos nós”, disse.

Aleixo Paraguassú agradeceu os deputados estaduais e a Assembleia Legislativa que muito contribuíram para o Instituto e o acesso dos menos favorecidos ao ensino superior.

Ele fez um apelo ainda para que as empresas também contribuam com o Instituto Luther King. “As pessoas jurídicas podem destinar até 2% do Imposto de Renda com um custo zero”, afirmou.

Com nove anos de existência, completados no dia 15 de fevereiro, o Instituto Luther King ajuda estudantes de baixa renda a ingressar no ensino superior. Mil jovens já passaram pelo instituto e mais de 600 passaram no vestibular.
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