SUS é patrimônio da cidadania brasileira, diz infectologista

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Para médico, o SUS é patrimônio da cidadania brasileira.
29/02/2012 - 11:50 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Giuliano Lopes

Um apelo para o aperfeiçoamento e fortalecimento do SUS ( Sistema Único de Saúde) foi feito pelo médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, doutor em medicina tropical pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), durante solenidade realizada nesta quarta-feira (29/2), na Assembleia Legislativa. Fiéis, entidades e autoridades lotaram o plenário para a sessão solene em apoio à Campanha da Fraternidade, que este ano tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”.

O médico fez uma comparação da saúde pública antes de 1988 e afirmou que o SUS constitui um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. “Não podemos admitir a afirmação de que o passado era melhor do que temos hoje. O SUS fez da saúde um direito de todos e um dever do Estado, acabando com a figura do indigente. O SUS é patrimônio da cidadania brasileira. Muitos são os desafios, no entanto, temos que defendê-lo para seu aperfeiçoamento e fortalecimento”, disse.

Rivaldo Venâncio fez uma crítica ao corte do orçamento da União que atingiu o Ministério da Saúde, reduzindo os recursos de R$ 77,58 bilhões para R$ 72,11 bilhões. Ele também lamentou o descaso e a falta de solidariedade humana nas unidade de saúde. “Em muitas unidades o problema não é a carência de recursos humanos”, acrescentou.

Para o infectologista, os maiores problemas no Brasil estão relacionados às doenças não-transmissíveis. Segundo ele, essas doenças são responsáveis pela maioria das mortes, internações e gastos do SUS. Rivaldo Venâncio também destacou a violência como um desafio para a saúde pública. “Anualmente 150 mil pessoas morrem em decorrência da violência, sendo 1/3 delas no trânsito. A sociedade precisa enfrentar esta realidade.”

O médico afirmou ainda que a origem e solução das questões relacionadas à saúde pública estão distantes do setor, citando como exemplo o trânsito, a violência doméstica e a epidemia do crack.
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