Associação de Pais e Amigos do Autista é homenageada na AL
Sessão solene foi realizada na noite desta segunda-feira no plenário da Assembleia.
02/04/2012 - 20:56
Por: Kelisson Oliveira
Foto: Wagner Guimarães
“O evento contribui para chamar a atenção daqueles que se julgam conscientes, mas não se atentam para realidades como a do autismo, que está bem presente no nosso contexto. É uma forma de tratar o preconceito com consciência porque o pior preconceito é a ignorância, e, além disso, saúde é dever de todos”, ressaltou o deputado Marquinhos Trad.
Segundo a neuropsicóloga e coordenadora técnica de saúde na AMA, Paola Gianotto, o autismo é uma alteração cerebral que causa desordem e atraso no desenvolvimento e que afeta a capacidade da pessoa em se comunicar, compreender e falar. Compromete também seu convívio social.
É possível reconhecer os primeiros sintomas, de acordo com Paola, a partir do primeiro ano de vida da criança. “Ela costuma ter comportamento irritadiço, ficar isolada e introspectiva”, relaciona.
Ainda conforme a neuropsicóloga, outros sintomas estão ligados à dificuldade de relacionamento com outras crianças, risos e movimentos inapropriados. “A criança autista age como se fosse surda, não tem real noção do perigo e possui grande apego a objetos”. Atualmente, se sabe que o autismo tem fatores hereditários envolvidos, porém a ciência ainda não identificou sua cura.
O autismo infantil é mais comum em meninos que em meninas e não necessariamente é acompanhado de retardo mental, pois existem casos de crianças que apresentam inteligência e fala intacta.
Quanto antes forem identificados os sinais do autismo, melhor é o resultado do tratamento. “É possível melhorar a qualidade de vida de forma absurda”, garante Paola.
A coordenadora técnica da AMA também explica que o diagnóstico tardio pode comprometer o tratamento. “Vai haver desenvolvimento, porém com muito mais falhas. Nesses casos, o tratamento fica limitado com o passar da fase de desenvolvimento básico, mas é possível atingir um grau de evolução satisfatório”, acrescenta.
Em Mato Grosso do Sul, a AMA é a única instituição que atende pessoas autistas. O local, que completa 22 anos, oferece apoio e atividades com atendimentos psiquiátricos e psicoterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, musicalização e proposta globalizada, que é a preparação do autista para atividades em público. Sem fins lucrativos, a entidade ainda luta por uma sede própria, uma das principais dificuldades enfrentadas atualmente.
De acordo com a presidente da AMA, Laurenice Rodrigues Pagot, apesar de o autismo ainda não ter cura, o tratamento possibilita resultados positivos como a melhoria da interação social. “Aparentemente, quem sofre com o problema é normal, mas algumas ações involuntárias da criança podem causar estranheza de quem está ao redor e daí o preconceito”, destacou, acrescentando que eventos como este realizado pela Casa de Leis contribuem para aumentar o nível de informação das pessoas sobre a síndrome, diminuindo assim o preconceito.
“Estamos muito agradecidos à Assembleia Legislativa e aos deputados que aceitaram caminhar conosco nessa luta pela conscientização sobre o autismo”, finalizou.
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.
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