Denúncias levam Comissão de Saúde a visitar hospitais

Imagem: Diretor do HU, José Carlos Dorsa, explica à comissão motivos de ambulâncias ficarem retidas no hospital.
Diretor do HU, José Carlos Dorsa, explica à comissão motivos de ambulâncias ficarem retidas no hospital.
18/04/2012 - 17:30 Por: Talitha Moya    Foto: Leandro Ferreira

Integrantes da Comissão de Saúde e Seguridade Social da Assembleia Legislativa visitaram, no início da tarde desta quarta-feira (18/4), o HU (Hospital Universitário) e o Hospital Regional Rosa Maria Pedrossian, na Capital. As visitas às instituições foram feitas após o Corregedor-Geral da Assembleia Legislativa, deputado Maurício Picarelli (PMDB), receber denúncias de que ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estariam sendo retidas com frequência nas portas dos hospitais por falta de leitos.

Segundo explicações do diretor do HU, José Carlos Dorsa Pontes, as ambulâncias ficam paradas porque ao deslocarem os pacientes para os hospitais, muitas vezes, as macas do Samu acabam retidas com as vítimas nas dependências da emergência da unidade. Superlotados, os hospitais acabam por necessitar das macas para que os primeiros socorros sejam realizados. O principal problema, enfatiza ele, continua sendo a falta de leitos. “Temos o mesmo número de leitos na UTI que tínhamos há 30 anos”, alegou. O número de leitos atual é por volta de 250, sendo 30 na Unidade de Terapia Intensiva.

Durante a visita da comissão, pelo menos quatro ambulâncias foram constatadas à espera da liberação das macas. Pontes afirmou que as condições atuais do hospital refletem o sério sucateamento enfrentado há 30 anos. “A partir de 2008, o cenário sofreu alterações e muitas coisas mudaram para melhor, mas ainda vivemos marcas dos problemas sentidos na época”, afirmou.

Uma solução para o problema, sugere Pontes, seria providenciar hospitais de retaguarda para atender pacientes de menor complexidade. O hospital São Julião e as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) seriam opções viáveis, segundo o diretor. “Porém, é preciso estruturá-los e contratar equipes para atender a demanda”, ressaltou.

A vice-presidente da Comissão de Saúde da ALMS, deputada Mara Caseiro (PTdoB), relatou que com a atual condição dos hospitais fica difícil acompanhar a demanda de pacientes. “A demora no atendimento é um problema estrutural. A falta de leitos é o principal obstáculo enfrentado por essas instituições”, constatou.

Conforme a deputada, representantes dos hospitais foram convidados para expor o cenário do atendimento. “Teremos a oportunidade de ouvir sugestões e alternativas para que esse problema não seja uma constante em nossa saúde”, frisou.

A visita dos parlamentares se estendeu ainda pelas dependências do Hospital Regional que, segundo denúncias, também tem passado pelo mesmo problema. Em reunião com a Comissão de Saúde, o diretor administrativo e financeiro do HR, Mauro Roberto Marcusso, confirmou a retenção das macas do Samu no local devido à falta de macas retráteis para transportar os pacientes que necessitam de atendimento.

Após ouvir todas as explicações dos diretores dos dois hospitais, o deputado Lauro Davi, presidente da comissão, decidiu convocar os deputados membros do grupo para apresentar e avaliar soluções que possam sanar a questão e melhorar a qualidade no atendimento hospitalar. “Vamos nos reunir, estudar algumas soluções e buscar apoio junto ao Poder Público para que esse problema seja resolvido o quanto antes”, afirmou o parlamentar.
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