Pesquisa revela boas práticas sustentáveis dos pantaneiros

Imagem: Coordenadora da Expedição, Lucila Egydio, revela resultados da pesquisa feita na maior área inundável do mundo.
Coordenadora da Expedição, Lucila Egydio, revela resultados da pesquisa feita na maior área inundável do mundo.
25/04/2012 - 16:30 Por: Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

O homem pantaneiro sabe aliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. Essa foi uma das conclusões do projeto Expedição Pantanal, apresentado nesta quarta-feira (25/4) na Assembleia Legislativa. A pesquisa de campo promovida pelo Instituto SOS Pantanal percorreu durante cinco meses a planície pantaneira e identificou e mapeou iniciativas sustentáveis adotadas na região.

De acordo com Lucila Egydio, coordenadora executiva da expedição, a ideia da pesquisa surgiu após um primeiro estudo na Bacia do Alto Paraguai, que mapeou a cobertura vegetal da região. “Nesse levantamento, observamos que 86% da vegetação nativa da planície pantaneira estava preservada. A partir desse dado, decidimos fazer uma nova leitura do local para conhecer as iniciativas sustentáveis que levam à conservação do bioma”, explicou.

Em busca de boas práticas pantaneiras, a equipe da expedição percorreu a maior área inundável do mundo visitando propriedades rurais, comunidades, organizações do terceiro setor, Poder Público e instituições de pesquisa. O levantamento durou cinco meses, com início no dia 10 de julho e encerramento em 9 de dezembro de 2011.

A abordagem da pesquisa avaliou como setores da economia (pecuária, turismo, agricultura, recursos pesqueiros e produção associada como artesanato desenvolvido na região) atendem os princípios e aspectos de sustentabilidade. O estudo foi baseado em 16 eixos temáticos, como: alimento, produção, inovações, conservação da cobertura vegetal, cuidados com a fauna e aspectos da saúde e educação.

“Em cada um dos indicadores, nosso objetivo era levantar informações que nos ajudassem a identificar as boas práticas desenvolvidas pelos setores que contribuíssem com a preservação do meio ambiente”, ressaltou Lucila.

Valorização - Diante de dezenas de práticas sustentáveis, a expedição, segundo a coordenadora, chegou na conclusão de que a população pantaneira é preocupada com a questão ambiental e valoriza a sua região. “O pantaneiro sabe produzir, conservar e lidar com a atividade econômica, busca novos mercados para investir, mas reconhece que a conservação ambiental é um diferencial e agrega valor ao seu negócio”, detalhou.

Outro indicador que apontou iniciativas positivas é a questão da gestão dos recursos naturais. “Identificamos que o homem pantaneiro sabe aproveitar ao máximo os recursos e estruturas que ele tem”. A valorização da economia local também é um dos pontos fortes identificados na pesquisa. “Há uma significativa movimentação da economia na região. A população local costuma comprar de comerciantes da própria comunidade porque eles sabem que assim favorecem a fixação do homem na terra”, revelou.

As boas práticas pantaneiras têm sido apresentadas à sociedade e ao Poder Público por meio de workshops e seminários. Conforme Lucila, os resultados e indicadores da pesquisa serão divulgados na mídia e publicados em materiais didáticos. As informações serão disseminadas ainda na exposição "Pantanal é aqui", que acontece entre os dias 16 de agosto e 2 de setembro no Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande. Promovido pelo Instituto SOS Pantanal, o evento será interativo e vai expor as características e funcionamento do Pantanal, além das boas iniciativas sustentáveis identificadas pela pesquisa.

A apresentação dos resultados da expedição na Assembleia contou com a presença de representantes de entidades da área ambiental e dos deputados Felipe Orro (PDT), Junior Mochi (PMDB), Laerte Tetila (PT) e Zé Teixeira (DEM). “É um estudo primoroso que reconhece e valoriza o Pantanal e traz uma base fundamental para empresários, produtores e sociedade das demais regiões do Estado como exemplo a ser desenvolvido”, assegurou Mochi.
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