Escolarização precoce prejudica a criança, diz educadora

Imagem: Ângela Costa destacou os problemas e desafios da Educação Infantil.
Ângela Costa destacou os problemas e desafios da Educação Infantil.
23/05/2012 - 16:47 Por: Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

Falta qualidade na Educação Infantil no Brasil, segundo a coordenadora da Aliança pela Infância de Mato Grosso do Sul, Ângela Maria da Costa. Ela e outros representantes da área discutiram o tema nesta quarta-feira (23/5) durante audiência pública na Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Junior Mochi (PMDB).

Intitulada “O respeito ao ser criança na Educação Infantil”, o evento foi promovido em comemoração à 10ª SAM (Semana de Ação Mundial) e à 3ª Semana Mundial do Brincar. No debate, Ângela Maria destacou os problemas da Educação Infantil e sugeriu propostas para a melhoria.

De acordo com a coordenadora, pouquíssimas instituições proporcionam uma educação infantil de qualidade. “Constatamos, por meio de uma pesquisa, que em seis capitais brasileiras, metade das creches e 30,4% da pré-escola têm nível de atendimento inadequado”, sustentou.

Entre os principais problemas na educação infantil, Ângela citou a antecipação da idade em que a criança entra na escola. Sobre a questão, ela discorreu a respeito da Emenda Constitucional 59, aprovada em 2009, que determina a obrigatoriedade da matrícula na pré-escola para crianças de 4 anos, sem o consentimento dos pais. Assim, a escolarização básica obrigatória que antes era dos seis aos 14 anos passa para a faixa etária dos quatro aos 17.

Educação precoce - A educação precoce, justifica a coordenadora, prejudica o desenvolvimento pleno da criança. “Há uma visão redutora da criança. Veem a criança como um ser incompleto, inacabado que vai vir a ser. Pensamos na criança como um adulto no futuro e não permitimos que ela seja infantil”, afirmou.

Para avançar na Educação Infantil, além de maior investimento na área, Ângela propôs a participação da comunidade na elaboração do Plano Estadual de Educação e a implantação do Comitê Sul-Mato-Grossense pela Defesa da Infância na Educação Infantil. Uma das funções do grupo seria tratar a problemática da falta de vagas em creches e pré-escola e da escolarização precoce.

As propostas foram acatadas pelo deputado Junior Mochi, que deverá encaminhá-las ao governo do Estado. "É preciso reconhecer que as discussões e a promoção de resultados positivos em torno da Educação Infantil se devem à excelência de profissionais e trabalhadores que atuam nessa área", acentuou.
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