Em audiência, professor lamenta a falta do brincar na infância

Imagem: Felipe Soligo ressaltou a brincadeira como processo importante para o desenvolvimento infantil.
Felipe Soligo ressaltou a brincadeira como processo importante para o desenvolvimento infantil.
23/05/2012 - 17:14 Por: Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

Na 3ª Semana Mundial do Brincar, a Assembleia Legislativa, por proposição do deputado Junior Mochi (PMDB), discutiu “O respeito ao ser criança na Educação Infantil”. O evento contou com a palestra do professor mestre da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Felipe Soligo Barbosa, que destacou a importância do brincar para o desenvolvimento infantil.

O professor abordou a exploração da mão de obra infantil, uma prática secular que surgiu com a Revolução Industrial, que tirou das crianças o direito de brincar. “O modo de produção capitalista passou a visualizar seres brincantes como improdutivos e a desvalorizar a criança socialmente”, ressaltou.

“Alegaram os perigos das ruas, a falta de segurança e as limitações do mundo para tirar as brincadeiras das crianças e as colocaram em espaços pequenos, dentro das casas e na frente do computador”, disse o professor.

Segundo ele, a brincadeira é a base da produção cultural, tanto de adultos quanto de crianças. “Infelizmente, o lúdico vem sendo furtado cada vez mais precocemente das crianças”, afirmou.

Para o deputado Junior Mochi, a brincadeira é parte inerente da infância. “Diminuiram a sociabilização das crianças nas brincadeiras de rua, trocaram o mundo real pelo virtual”, comentou. Na opinião do parlamentar, é preciso ampliar os espaços públicos de lazer, bem como proporcionar parques infantis e mais bibliotecas.

O presidente da OMEP/BR/MS - Campo Grande (Organização Mundial Para Educação Pré-Escolar), Rodrigo Messa Puerta, acentuou a importância do envolvimento de toda a sociedade e principalmente da família quando se trata do desenvolvimento da criança. “A tecnologia tem seu lado positivo e pode ser uma aliada na educação, mas deve haver um equilíbrio no seu uso. É saudável que os filhos tenham um limite e que seja resguardado o seu momento de ser criança", citou.
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