Olimpíadas não são só medalhas, diz presidente do Confef

“Um país para ser potência olímpica não deve estar voltado para a contagem de medalhas, mas sim para os valores educacionais, de saúde e inclusão social proporcionados pelo esporte”, ressaltou Jorge Steinhilber, presidente do Confef (Conselho Federal de Educação Física). Na noite desta quinta-feira (30/8), o professor abriu um ciclo de palestras na Assembleia Legislativa em comemoração ao Dia do Profissional de Educação física (1º de setembro). O evento, proposto pelo deputado Junior Mochi (PMDB), reunirá acadêmicos e profissionais da área até amanhã para uma série de homenagens e debates.

A expectativa dos brasileiros para o início dos Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro, foi tema da palestra de Steinhilber, que chamou atenção para o que seria o verdadeiro sentido da competição, que é resgatar os valores éticos e morais. “Percebemos que no país só se fala sobre a questão da segurança nos estádios, das condições do transporte público, mas pouco sobre as ferramentas socioeducativas que temos por meio do esporte”, afirmou o professor em relação à capacidade de resgate e inclusão social de projetos esportivos. “Devemos aproveitar o olimpismo como uma oportunidade para refletir, organizar e estabelecer metas que beneficiem a sociedade e, assim, resgatar valores universais como a amizade, o respeito ao próximo, a qualidade de vida, o resgate de crianças. Só assim teremos um povo mais educado e um país melhor”, declarou.

Ele também falou a respeito da necessidade da criação de um Plano Nacional do Esporte para desenvolver ações que busquem talentos esportivos e que incentivem o esporte como meio de qualidade de vida para a população. “Ter herois é necessário, subir ao pódio é sensacional, mas precisamos fazer com que as pessoas deixem de ser sedentárias para serem ativas”, completou.

Além de homenagear o Dia do Profissional da Educação Física, comemorado neste sábado, dia 1º de setembro, o evento reforça os 10 anos de existência do Cref (Conselho Regional de Educação Física). “A profissão está em pleno desenvolvimento e cada vez que o profissional de educação física atua, a sociedade percebe a importância dele”, lembrou Domingos Sávio da Costa, presidente do órgão.

De acordo com Domingos, em 10 anos, o número de cursos de Educação física em todo o Estado saltou de três para 13, sendo seis em Campo Grande. Em 2000, eram 300 profissionais, inscritos na época no Conselho Seccional MS/MT (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). A partir de 2002, com a criação do Conselho Regional, a profissão cresceu significativamente. Em 12 anos, o número de profissionais já atinge 7 mil. “Isso é resultado do respeito criado entre profissionais da educação física e sociedade. Hoje se percebe a importância dessa profissão, principalmente quando se trata de um problema crescente no mundo, que são as doenças ligadas ao sedentarismo como a obesidade”, ressaltou.

O proponente do evento, deputado Junior Mochi, aproveitou o encontro para parabenizar acadêmicos e profissionais. “Ressalto neste momento minhas homenagens aos profissionais que lutaram e contribuíram muito pelo reconhecimento da profissão no nosso Estado com a criação do Conselho Regional”. O parlamentar explicou que ao propor o ciclo de palestras para a Assembleia, o que se pretende é levantar, principalmente, a discussão em torno dos benefícios da educação física para a melhoria de qualidade de vida da sociedade.