Pai chora morte do filho, assassinado friamente na Capital

Imagem: Pais de estudantes assassinados pedem apoio da ALMS para que novas tragédias não aconteçam.
Pais de estudantes assassinados pedem apoio da ALMS para que novas tragédias não aconteçam.
04/09/2012 - 12:15 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

Pais dos estudantes Leonardo Fernandes, de 19 anos, e Breno Luigi Silvestrini de Araújo, de 18 anos, Paulo Fernandes e Rubens Silvestrini pediram providências nesta terça-feira (4/9), na Assembleia Legislativa, para que não aconteçam novas tragédias.

Leonardo e Breno foram executados friamente na última quinta-feira (30/8), com tiros na cabeça, em Campo Grande, por uma quadrilha que iria trocar o veículo Pajero que estava com os garotos por 3 kg de cocaína, na Bolívia.

Com lágrimas nos olhos, o comerciante Paulo Fernandes contou que seu filho era um garoto exemplar. “Ele era um menino bom demais, obediente, nunca me enfrentou”, disse.

Para ele, o crime poderia não ter acontecido se não houvesse a lei boliviana 133, que legaliza os veículos que circulam sem documento naquele país. “Tem que ser feito algo. Como podem legalizar um carro roubado?”, questionou. “Isso tem que ser resolvido já, antes que aconteça dentro da casa de vocês. Estamos perdendo a guerra para os bandidos”.

“Nós criamos filhos sem vícios, meninos lindos, que teriam futuro brilhante”, acrescentou o professor universitário Rubens Silvestrini.

Leonardo e Breno haviam sido vistos pela última vez às 20h30 de quinta-feira. Eles saíram juntos do 21 Bar, em frente ao campus da Anhanguera/Uniderp da rua Ceará.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB), determinou que seja montada uma comissão para elaborar um pedido de providências ao Ministério das Relações Exteriores e ao Ministério da Justiça sobre a legalização na Bolívia dos veículos furtados e roubados no Brasil.

Em discurso na tribuna, o deputado Professor Rinaldo (PSDB) afirmou que o crime foi terrível e lembrou que a Assembleia Legislativa já havia pedido providências sobre a legalização dos automóveis no país vizinho. “Essa lei quando regulamenta os carros roubados acaba fazendo apologia ao crime, aos roubos e furtos de automóveis”, disse. “Nossa diplomacia [brasileira] tem sido conivente”, acrescentou.

Em abril do ano passado, a Casa de Leis realizou uma audiência pública para falar da decisão de Evo Morales de regularizar os veículos que circulam sem documento naquele país.

Depois, no dia 10 de novembro de 2011, o deputado Emanuel Pinheiro (PR-MT) participou da sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para falar sobre a polêmica lei boliviana. Ele veio ao estado a pedido dos deputados Professor Rinaldo e Laerte Tetila (PT).

Um documento elaborado por Tetila, em nome da Assembleia Legislativa, foi encaminhado à presidente Dilma Rousseff e a outras autoridades governamentais pedindo providências do governo brasileiro contra a decisão boliviana.
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