Violência e presença na política são desafios, dizem mulheres

Imagem: Deputadas Mara Caseiro e Dione Hashioka durante evento.
Deputadas Mara Caseiro e Dione Hashioka durante evento.
07/03/2013 - 11:12 Por: Talitha Moya    Foto: Giuliano Lopes

A intensa violência de gênero e a baixa participação da mulher nas decisões políticas são dois grandes obstáculos para a inclusão feminina. A reflexão foi feita durante a sessão especial do Dia Internacional da Mulher, promovida nesta quinta-feira (7/2), na Assembleia Legislativa, que homenageou profissionais de destaque em diversos segmentos da sociedade.

Uma das homenageadas, a juíza de Direito Jaqueline Machado, destacou a violência doméstica como o maior desafio a ser enfrentado pelas mulheres, principalmente no que diz respeito ao encorajamento das vítimas em denunciar. “Houve uma progressão da mulher em relação às medidas protetivas, porém ela precisa de atitude e saber que ela tem seus direitos e exigir isso”, ressaltou.

Para a juíza, apesar do advento da Lei Maria da Penha e dos avanços que a legislação possibilitou, é necessário maior empenho das autoridades públicas e jurídicas para cumprir o real papel da lei. “Às vezes o que está no papel, não podemos colocar em prática pela falta de estrutura. Então, é preciso aumentar equipes técnicas com mais psicólogos, assistentes sociais, além de aumentar o número de delegacias e estruturá-las”, completou.

Em 2012, cerca de 5,5 mil boletins de ocorrência foram registrados por mulheres vítimas de violência doméstica. Até fevereiro deste ano, já são 900 registros, o que representa por volta de 70 boletins diários. Os números repassados pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), segundo a delegada Rosely Molina, refletem uma maior conscientização das mulheres sobre seus direitos. “As mulheres estão mais encorajadas e sabem que existe todo um aparato estatal para atendê-las”, informou.

A maior participação da mulheres na política também foi lembrada pelas representantes femininas no Parlamento Estadual. Na opinião da deputada Mara Caseiro (PTdoB), 3ª vice-presidente, os agentes políticos têm o desafio de garantir um maior percentual de vagas para a mulher. “O mais perto do ideal seria que ao menos 30% dos assentos dos legislativos em todas as esferas fossem destinados às mulheres”, afirmou.

De acordo com a parlamentar, os fatores culturais que minimizam a capacidade política ainda geram um desequilíbrio social entre os sexos. “Temos que lutar para que a igualdade seja efetiva e que a presença nos cargos públicos seja equilibrada e não maciça dos homens”.

A deputada Dione Hashioka (PSDB), 2ª vice-presidente, salientou que a conquista de
espaço na esfera política não depende apenas da mulher, mas de ambos os sexos. “Esse desafio não parte só de um lado, mas dos dois. Os homens precisam ver as mulheres como colaboradoras na luta pelo progresso do Estado, do País”, citou.

O evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher contou com a presença de parlamentares, autoridades, familiares e amigos das homenageadas. Um dos destaques foi a participação do Coral da Assembleia Legislativa que apresentou um repertório especial com canções dedicadas às mulheres.
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