Assembleia acompanha investigação sobre máfia do câncer

Imagem: Lauro Davi já havia alertado sobre o fato de o Hospital Universitário não ter aceitado aparelhos de radioterapia.
Lauro Davi já havia alertado sobre o fato de o Hospital Universitário não ter aceitado aparelhos de radioterapia.
20/03/2013 - 12:21 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

Um dia após a Polícia Federal, em conjunto com a CGU (Controladoria Geral da União), ter deflagrado a Operação Sangue Frio com o objetivo de combater quadrilha que fraudava licitações e superfaturava serviços do Hospital Universitário em Campo Grande, o deputado Lauro Davi (PSB), membro e ex-presidente da Comissão de Saúde, informou nesta quarta-feira (20/3) que a Assembleia irá acompanhar o trabalho em relação ao caso.

Ele também antecipou que irá apresentar um projeto de lei obrigando todas as instituições de saúde que recebam dinheiro público a manter um portal da transparência. “A ideia é criar um mecanismo para acompanhar a aplicação dos recursos”, disse.

Para Lauro Davi, o caso investigado pela Operação Sangue Frio é mais um lamentável episódio de desvio de dinheiro público relacionado à área de saúde. “É um escândalo nacional”, declarou. “Eles montaram um grande esquema de usurpação do dinheiro público”.

A Operação Sangue Frio contou com 100 policiais federais e consiste no cumprimento de 25 mandados judiciais: 19 de busca e apreensão e quatro ordens judiciais de afastamento de funções de servidores públicos e empregados terceirizados do HU.

Mandados foram cumpridos no Hospital Universitário, em empresas prestadoras de serviço, escritórios de contabilidade e no Hospital do Câncer, que é filantrópico. Diligências da PF e da CGU revelaram a existência de um esquema envolvendo algumas empresas com a finalidade de direcionar licitações e contratações e superfaturar serviços, o que envolvia o pagamento de propinas.

As investigações iniciadas em março do ano passado apontaram que os pacientes do serviço médico de radioterapia do HU estavam sendo encaminhados para serem atendidos no Hospital do Câncer.

Aviso - Em outubro do ano passado, Lauro Davi alertou que nenhum hospital público de Mato Grosso do Sul havia aceitado receber os cinco aparelhos de radioterapia a serem doados pelo Governo Federal – um investimento do Ministério da Saúde de R$ 34,3 milhões, com a compra dos equipamentos, instalação e formação técnica dos operadores.

Na época, o presidente do Sintss/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul), Alexandre Junior Costa, também veio à Assembleia Legislativa e classificou como um "absurdo" e "um crime contra os pacientes com câncer" o fato de nenhum hospital público do Estado ter aceitado os equipamentos.
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