Tetila diz que qualidade da água dos rios é cada vez pior em MS

Imagem: Segundo ele, todo potencial hídrico no estado está sendo agredido duramente.
Segundo ele, todo potencial hídrico no estado está sendo agredido duramente.
16/04/2013 - 16:19 Por: Marcelo Pereira    Foto: Giuliano Lopes

O deputado estadual Laerte Tetila (PT) destacou hoje (16/4) na Assembleia Legislativa que a qualidade das águas dos rios de Mato Grosso do Sul está cada vez pior devido ao uso desenfreado de agrotóxicos, poluição das indústrias, assoreamento e o processo de desmatamento avançado, comprometendo o equilíbrio ecológico.

“Todo potencial hídrico do estado está sendo agredido duramente. A qualidade da água está cada vez pior. Os rios estão se tornando verdadeiros canais de substâncias agrotóxicas, efluentes urbanos, resíduos químicos de indústrias e o próprio assoreamento causado pelo desmatamento da mata ciliar. Estamos em situação cada vez mais difícil em função do desenvolvimento a todo custo, que não se preocupa com a sustentabilidade e não tem responsabilidade ambiental”, destaca o deputado Tetila ressaltando que Mato Grosso do Sul é o quarto estado do Brasil em utilização de agrotóxicos que, além de poluir rios, pode contaminar o lençol freático.

Membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Tetila lamentou profundamente que, embora exista educação ambiental nas escolas e a população tenha despertado para a consciência ecológica, nunca se degradou tanto o meio ambiente. “Nossos biomas estão desaparecendo, isso prejudica os recursos hídricos e afeta a fauna e a flora. As lavouras estão no limite dos rios. Mais de 95% das matas de Dourados já vieram abaixo e o mesmo acontece com o cerrado do centro norte de Mato Grosso do Sul, onde metade da mata já foi devastada e a outra metade pode desaparecer em pouco tempo se não haver a devida atenção, mesmo com fiscalização de órgãos como o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], pois o desenvolvimento econômico tem levado vantagem em relação ao desenvolvimento sustentável“, argumenta o deputado.

O parlamentar reconheceu que regiões como Bonito e Bodoquena sofrem menos devido ao apelo turístico da região. “O rio Paraguai é um dos rios mais atingidos pelo assoreamento. Quem pesca sabe que o leito está cada vez mais raso. Pouca gente se dá conta que os problemas do assoreamento no Pantanal estão ligados ao desmatamento do cerrado e da região de planalto no entorno pantaneiro que causam impactos na bacia do Paraguai”, alerta Tetila que é geógrafo-físico advertindo para a possibilidade de ocorrência no Rio Paraguai de assoreamento semelhante ao do Rio Taquari, ou seja, degradações que reduzem o curso d’água e atrapalham a reprodução de peixes bem como a conservação da fauna e da flora.

Tetila afirmou que acionou o senador Delcídio do Amaral (PT) para viabilizar o tombamento das cabeceiras do Rio Paraguai. O senador já articulou com a bancada federal do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso para compor uma comissão e dessa forma tomar as medidas cabíveis com o objetivo de obter o tombamento e garantir a preservação. “Nosso estado é grande responsável por esse bioma que dá sustentação e protege as cabeceiras das bacias hidrográficas do Paraguai, do Paraná, do Araguaia, do São Francisco. Esse assunto é da maior importância para o potencial hídrico do Brasil”, concluiu Tetila relatando ter participado na semana passada do Seminário das Águas da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul).
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