Debatida implantação do curso de Ciências Contábeis na UFMS

Imagem: Audiência para a implantação do curso no campus de Campo Grande foi debatida hoje.
Audiência para a implantação do curso no campus de Campo Grande foi debatida hoje.
06/06/2013 - 18:00 Por: Nathália Barros    Foto: Roberto Higa

Mato Grosso do Sul conta com 6,8 mil contabilistas em atuação, entretanto, conforme o presidente do Sescon/MS (Sindicato dos Contabilistas Autônomos e das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Auditoria e Perícia, Informações e Pesquisas do Estado de Mato Grosso do Sul), Francisco Gonçalves Pereira, o necessário para suprir a demanda é de, no mínimo, 8,8 mil contadores.

Situação confirmada pelo arquiteto Oswaldo Abrão. “Logo que assumi a presidência do CAU [Conselho de Arquitetura e Urbanismo] tive que contratar um contador, entretanto, ao contrário do que eu esperava, foi muito difícil encontrar um profissional”.

A maior deficiência no setor é encontrada em Campo Grande. “Apesar de concentrar 1/3 da população sul-mato-grossense, a Capital, que conta com seis faculdades particulares que oferecem a graduação, não tem nenhuma universidade pública com o curso de Ciências Contábeis”.

Situação apresentada ao deputado estadual Professor Rinaldo (PSDB), que propôs a audiência pública para debater a “Implantação do Curso de Ciências Contábeis na UFMS”. Realizada nesta quinta-feira (6/6) no plenário da Casa de Leis, além de profissionais do setor, o debate contou com a colaboração do superintendente regional do trabalho, Anísio Tiago, o presidente da Jucems (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul), Wagner Bertolli, o deputado estadual Laerte Tetila (PT), presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos da Casa de Leis, além de representantes da SED (Secretaria de Estado de Educação) e acadêmicos de Ciências Contábeis.

Outro lado – Conforme o pró-reitor de ensino de graduação da UFMS, Henrique Mongelli, o projeto pedagógico para a implantação do curso na universidade está em fase de elaboração. O documento, que evidencia a necessidade da instalação do curso e as demandas para que isso ocorra, deve ser entregue ao MEC (Ministério da Educação), a fim de que o ministério se empenhe para a instalação do curso. “Entretanto, mesmo com o encaminhamento do documento, é possível que o MEC não atenda o nosso pedido”, lamenta Mongelli, revelando que o ministério traçou como prioridade a instalação dos cursos de medicina e engenharia.

Conforme o pró-reitor, a universidade, que sofre com a falta de professores em cursos já instalados, não tem condições de abrir novos cursos uma vez que o Ministério da Educação não amplia o corpo docente.

Para ele, a solução, até que o curso seja aberto no campus da Capital, é a população buscar os cursos oferecidos nos campi de Três Lagoas ou no de Corumbá. Outra possibilidade apontada por Mongelli é a relativa à procura em outras universidades públicas, tanto de Mato Grosso do Sul, quanto de outros estados. “Atualmente, graças ao Sisu [Sistema de Seleção Unificada], as pessoas têm a oportunidade de fazer o curso superior em diferentes universidades de todo o país. Se o problema for a falta de recursos para permanência em outra cidade, o Governo Federal sana o empecilho com o oferecimento de bolsas alimentação, aluguel, entre outros”, defendeu Henrique.

Para quem não quer sair de Campo Grande e não tem condições de ingressar em uma universidade particular, Mongelli garante que o sonho não está perdido. “Hoje também existe o Prouni [Programa Universidade para Todos], que garante que o universitário faça o curso que deseja em uma faculdade particular sem ter que desembolsar qualquer valor por isso”.

Resultados - Conforme Professor Rinaldo, será elaborado um relatório com o que foi debatido durante a audiência pública. O documento deve ser entregue aos senadores e deputados federais de Mato Grosso do Sul, com pedidos de esforços, junto ao MEC. “Nós desejamos que com isso, Campo Grande receba, de uma vez por toda, estrutura para abrir o curso de Ciências Contábeis, não apenas na UFMS mas também na UEMS [Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul]. Acredito que este é o primeiro passo para uma trajetória de sucesso”, avaliou Rinaldo.
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