Deputados se reúnem para discutir utilização da vinhaça no MS

Imagem: Para pesquisador, vinhaça tem um potencial enorme como fertilizante.
Para pesquisador, vinhaça tem um potencial enorme como fertilizante.
12/06/2013 - 17:00 Por: Marycleide Vasques    Foto: Roberto Higa

Membros da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa e grupo de estudo formado por vários segmentos da área se reuniram nesta quarta-feira (12/6), no plenarinho Nelito Câmara, para discutir o projeto de lei de autoria dos deputados Marcio Monteiro (PSDB), Laerte Tetila (PT) e Felipe Orro (PDT), que trata da destinação da vinhaça no Mato Grosso do Sul.

O grupo de trabalho acompanhou a palestra do pesquisador Henrique Junqueira, especialista na aplicação da vinhaça, que tratou a parte técnica da destinação e utilização do produto na fertirrigação. De acordo com Junqueira, a vinhaça é um subproduto da agroindústria alcooleira, resultante da produção de álcool (etanol).

Esse subproduto está tirando o sossego dos produtores rurais da região de Nova Alvorada do Sul, pois sua alta concentração tem contribuído para a proliferação da mosca do estábulo. A mosca tem afetado diversos produtores, causando prejuízo na produção de gado.

Para Junqueira, a aplicação da vinhaça é tida como fertirrigação, processo conjunto de irrigação e adubação que consiste na utilização da própria água para conduzir e distribuir o fertilizante químico ou orgânico na lavoura, podendo ser feita por qualquer sistema de irrigação. A vinhaça tem um potencial enorme como fertilizante.

“A utilização de vinhaça como adubo melhora a qualidade do canavial e até aumenta o número de cortes desde que aplicada em quantidades corretas, sem exageros, pois se aplicada com excesso prejudica até mesmo a planta”, explicou o pesquisador.

Para o presidente da comissão, deputado Marcio Monteiro, o projeto de lei está sendo finalizado com as devidas adequações e emendas propostas. “O deputado Laerte Tetila vem se dedicando muito e sei que é um esforço imenso para o Mato Grosso do Sul aparecer na vanguarda com relação à normatização da fertirrigação. Estamos elaborando um trabalho para assegurar ao empreendedor que a atividade seja cada vez mais sustentável e economicamente viável. Assim que aprovada, certamente teremos uma das leis mais modernas do país no que se refere aos procedimentos de fertirrigação, em especial do setor sucroalcooleiro”.

O grupo deverá se reunir em 15 dias para finalizar as contribuições com as sugestões de emenda e alterações no projeto que será encaminhado para apreciação em plenário e sanção do governo.
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