Assembleia defende manutenção da educação especial

Imagem: “As famílias têm que ter o direito de escolher se o filho irá estudar em uma escola especial”, diz Paulo Moreno.
“As famílias têm que ter o direito de escolher se o filho irá estudar em uma escola especial”, diz Paulo Moreno.
07/08/2013 - 12:06 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu nesta quarta-feira (7/8) a visita de professores e alunos de diversas escolas de educação especial e se comprometeu a defender que o PNE (Plano Nacional de Educação) garanta a manutenção dessas entidades. O plenário estava lotado.

Por solicitação do 1º vice-presidente da Casa de Leis, deputado Maurício Picarelli (PMDB), um documento com a reivindicação será elaborado e enviado ao Congresso Nacional. Os deputados estaduais também irão a Brasília (DF) no dia 14 para lutar contra a alteração feita por meio de um substitutivo do senador José Pimentel (PT-CE), ameaçando o atendimento especializado das escolas especiais.

“Eu sugiro fechar a Casa no dia 14 e ir a Brasília. Os 24 deputados vão lutar contra essa barbaridade”, afirmou o líder do PMDB, deputado Eduardo Rocha. Além da bancada do PMDB, as bancadas do PR e do PT também já se manifestaram a favor da proposta.

Presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, Paulo Moreno explicou que a alteração feita pelo senador José Pimentel será um enorme prejuízo para aqueles que têm comprometimento mental severo como alunos com Síndrome de Down ou paralisia cerebral. “As famílias têm que ter o direito de escolher se o filho irá estudar em uma escola especial”, disse.

Para a presidente da Federação das Apaes do Estado de Mato Grosso do Sul, Fabiana Maria das Graças Soares, a educação não é feita de favor, mas de direitos. “Uma escola não pode excluir a outra. O que a pessoa com deficiência precisa é ter o seu espaço”.

Auxiliar administrativo da Associação Tagarela, que atende cerca de 150 pessoas com os mais diferentes tipos de deficiência, Fabio Cesar Oliveira de Araújo disse que deve ser garantido um atendimento e ensino de qualidade. “Aqueles que não têm condição de frequentar uma escola normal vão fica onde?”, questiona.

A diretora da Sociedade Pestalozzi, Romilda Paracampos, afirmou que as entidades deveriam ter sido consultadas. “Se apenas colocarmos os alunos especiais na escola comum não estaremos respeitando o aluno”, declarou. “É um direito de mãe escolher onde os filhos são felizes”, acrescentou a presidente da Sociedade Juliano Varela, Malu Fernandes.

“Enquanto a nossa escola regular não estiver preparada para esse atendimento, nós temos o direito de ter uma escola especial, para ele [o aluno] não ser excluído”, afirmou Pedro Kemp. Ele já trabalhou como psicólogo na educação especial. “Acredito que essa vai ser uma luta vitoriosa”, opinou.

Presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, o deputado Laerte Tetila (PT) também se solidarizou com o movimento. “Não há como esta Casa de Leis não estar nessa luta com vocês”, disse.

Já o deputado Junior Mochi, que é presidente regional do PMDB, contou que irá solicitar aos quatro deputados federais do partido por Mato Grosso do Sul que votem pela manutenção do texto original do Plano Nacional de Educação, garantindo assim a manutenção das escolas especiais.
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