Mato Grosso do Sul terá faculdade da melhor idade

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Aula inaugural anuncia início de atividades da Faculdade Aberta da Maturidade
13/08/2013 - 17:39 Por: Nathália Barros    Foto: Roberto Higa

O que fazer na idade da maturidade? Há vida inteligente após a aposentadoria? Os questionamentos foram levantados pela professora Maria Ângela Mirault. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo, ela elaborou o projeto de implantação da Fama (Faculdade Aberta da Maturidade de Mato Grosso do Sul).

A iniciativa veio de encontro com uma realidade constatada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 30 anos, Mato Grosso do Sul registrou aumento de 10,01 anos na expectativa de vida ao nascer. As estatísticas levam em conta as informações do Censo Demográfico 2010. Em 1980, a expectativa de vida no Estado era de 63,79 anos. Em 2010, subiu para 73,80 anos.

“As pessoas estão vivendo mais, entretanto, faltam atividades focadas para esse público. Portanto, a iniciativa é mais do que louvável”, comentou o presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), que possibilitou a realização da aula inaugural da Fama, no plenário da Casa de Leis, na tarde desta terça-feira (14/8). A solenidade contou com a apresentação do Coral dos Servidores da Assembleia Legislativa.

“Tempos atrás, o envelhecimento era visto como momento de se aposentar. Hoje a história é outra. As pessoas da melhor idade têm cada vez mais interesse, tempo, recursos e disposição para se engajar em cursos e atividades culturais”, defende Maria Ângela.

As atividades são destinadas a pessoas com idade acima de 45 anos. “Nessa faixa etária, elas estão começando a se desligar das atividades profissionais. Portanto, antes que a ideia de não se sentir útil possa surgir, o bom mesmo é participar da proposta”, justificou a idealizadora do projeto.

Presidente do Sindicato dos Aposentados de MS, o professor Jânio Batista de Macedo defende que “a novidade é que, na Fama, os acadêmicos da maturidade contarão com disciplinas, debates e discussões para melhorar a qualidade de vida”.

Entre as atividades que serão oferecidas estão o clube da leitura, palestras temáticas, ciclo de vídeos-debate, confraternizações, atividades extensivas, atividades artísticas e oficinas.

A faculdade oferecerá, também, oficinas abertas ao público, entre elas as de fotografia digital, terapia floral, nutrição e dietas, etiqueta, marketing pessoal, empreendedorismo, administração das finanças pessoais, como investir seu dinheiro, qualidade de vida, exercícios físico funcionais e outros.

As atividades serão desenvolvidas, graças 'a parceria com o Instituto Histórico Geográfico de Mato Grosso do Sul e o Núcleo Ideia Viva, entre outros parceiros. Existe a previsão de que as aulas tenham início em maio de 2014. Os interessados já podem se inscrever pelo site Planee, por meio do link “educação corporativa”, ou pelos telefones (67) 9248-7006 e 9981-9713.

Para os envolvidos, esta é a oportunidade de conhecer novas pessoas, compartilhar ideias e discutir problemas da atualidade.

A faculdade é dirigida pela professora Maria Ângela e conta com uma equipe renomada de consultores: professora Angela Maria Costa, pedagoga e doutora em Educação; professor Jânio Batista de Macedo, pedagogo e filósofo; psicóloga e advogada Regina Câmara, com especialização em gestalterapia, e Kátia Juliane Lopes de Oliveira, pedagoga, relações públicas e especialista em gerontologia, entre outros.

Exemplo - A iniciativa é baseada no trabalho desenvolvido por Neila Barbosa Ozorio, coordenadora da Universidade da Maturidade de UFTO (Universidade Federal do Tocantins).

As atividades nesse sentido, começaram a ser desenvolvidas por Neila em uma universidade particular instalada em Campo Grande. Mas, o projeto cresceu.

Hoje, atuando em Tocantins, Neila já levou a ideia para diferentes países. Referência no assunto, ela contribui diretamente nos trabalhos da Fama. Na aula inaugural, a professora ensinou sobre os desafios da maturidade do mundo contemporâneo. “Já passou da hora de a sociedade valorizar essas pessoas e mais do que isso, de eles mesmos se valorizarem”, defendeu Neila.
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