Comunidades indígenas exigem afastamento de diretor

Imagem: Lauro Davi abordou o assunto e cobrou melhoria no atendimento à saúde indígena.
Lauro Davi abordou o assunto e cobrou melhoria no atendimento à saúde indígena.
19/09/2013 - 11:51 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

O deputado Lauro Davi (PSL) cobrou melhoria no atendimento à saúde indígena. Ele divulgou nesta quinta-feira (19/9) um documento assinado por lideranças indígenas das etnias Terena, Guarani, Kaiowá, Guató e Kadiwéu que desde ontem ocupam a sede do Dsei/MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul). Insatisfeitos, eles exigem o afastamento do atual coordenador do órgão, Nelson Carmelo.

Segundo as lideranças, o movimento é pacífico. “Nossa ocupação tem como único fim a saída do atual coordenador do Dsei e a nomeação de um novo coordenador para a pasta. Esta seleção, contudo, deve ser qualitativa e ter participação intensa do movimento indígena, de modo que possa atender aos anseios dos povos do Mato Grosso do Sul”, afirmam os indígenas por meio da carta. “Esta luta pela saúde indígena não começou hoje; ela já dura décadas”.

Para os indígenas, a criação da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), há três anos, não trouxe melhorias na atenção à saúde indígena. “Nós temos visto nosso sonho se transformar em pesadelo”, ressalta o documento.

Existem cerca de 80 postos de saúde espalhados pelas aldeias. Os indígenas contam que algumas construções estão depredadas, precárias, sem banheiros, ventilação e há anos sem reformas. Eles também reclamam que faltam insumos e equipamentos básicos.

“Sofremos também com a falta de medicação básica. Muitas vezes, os indígenas recebem receitas e os remédios levam de 5 a 10 dias para chegar. Às vezes, nem chegam. Por conta da falta desse tratamento inicial, vemos uma gripe de transformar em pneumonia”, dizem.

Lauro Davi sugeriu que os problemas relatados pelos indígenas também sejam abordados pela CPI da Saúde.

Em aparte, o deputado Pedro Kemp (PT) confirmou que indígenas consideram que o atendimento à saúde piorou. “Quando vamos às aldeias, só ouvimos reclamações”, frisou.

Kemp e Lauro Davi deverão apresentar um requerimento para o coordenador Nelson Carmelo dar explicações na Assembleia Legislativa.

O deputado Felipe Orro (PDT) também falou sobre a situação da saúde indígena. “Quando se criou a Sesai, todos tinham expectativa de que o atendimento seria melhor, mas não foi o que aconteceu. A Funasa [Fundação Nacional de Saúde] atendia de forma mais rápida e eficiente”, declarou.
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