Método pedagógico pode transformar comportamento na escola

Imagem: A psicóloga Olinda Pereira Guedes ministrou uma palestra sobre pedagogia sistêmica.
A psicóloga Olinda Pereira Guedes ministrou uma palestra sobre pedagogia sistêmica.
18/10/2013 - 20:06 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Roberto Higa

A cultura da paz tem ganhado corpo nos últimos anos, na medida em que iniciativas e movimentos contra a violência crescem no Brasil. Diante dos desafios vividos pelas crianças e adolescentes, é importante alertar a comunidade escolar que a paz só é alcançada como cultura a partir de uma transformação de valores e comportamentos. Na noite desta sexta-feira (18/10), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realizou um debate com o tema “Professor e família: o amor a serviço da paz”.

Autora do livro “O que traz quem levamos para a escola”, a psicóloga Olinda Pereira Guedes ministrou uma palestra sobre pedagogia sistêmica, um método educativo que vem sendo desenvolvido nos últimos dez anos nos EUA, México e Espanha. “É uma abordagem que tem crescido no mundo. Ela é fruto de pesquisas do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, que desenvolveu a teoria das Constelações Familiares. A abordagem sistêmica não olha o conteúdo disciplinar, mas identifica a forma como as crianças estão entrelaçadas em suas relações familiares num nível profundo e inconsciente. O destino de uma pessoa é vinculado às ações dos pais, irmãos, avós, tios e tias vivos, e também daqueles que faleceram”, explicou a psicóloga.

De acordo com a Olinda, a criança está ligada à sua biografia, vínculos pessoais, contexto familiar, histórico social e cultural de origem. “Por isso, precisamos recuperar a interação entre família e escola. Muitas vezes o aluno passa a frequentar uma escola porque os pais não sabem mais o que fazer com ele. O professor não sabe como receber este estudante e, pior, não está validado pela família como um grande aliado. Ajudamos o professor a ser um agente de paz quando lembramos que a escola é a segunda grande experiência em nossa vida”, disse.

Levando em consideração os aspectos familiares e sendo vista de uma maneira mais profunda, a criança se sente mais segura, deixando de excluir os colegas e abandonando a violência. “Esse novo olhar deve partir da família e dos professores. Tanto os pais quanto os professores precisam resgatar suas respectivas lideranças. Desta forma, os alunos não brigarão para serem líderes na escola. Sem braço, os filhos buscam o contato físico de modo inadequado, ou seja, através de brigas”.

Por meio do Instituto Pingo D'Água, os professores da rede pública e particular do Estado estão recebendo capacitação sobre a metodologia sistêmica. O procurador de Justiça Amilton Plácido da Rosa é o idealizador do projeto em Mato Grosso do Sul. “Na pedagogia sistêmica o professor é o agente de amor. Com essa abordagem é possível resgatar valores importantes que devem ser utilizados no processo educativo, consequentemente diminui a violência nas escolas”, destacou.
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