Zé Teixeira critica ONG francesa por querer criar fundo em MS

Imagem: Para o democrata, interferência de ONG em discussões agrárias desvaloriza setor produtivo em MS.
Para o democrata, interferência de ONG em discussões agrárias desvaloriza setor produtivo em MS.
12/11/2013 - 11:40 Por: João Humberto    Foto: Giuliano Lopes

O vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa, deputado Zé Teixeira (DEM), ocupou a tribuna na sessão desta terça-feira (12/11) para criticar a interferência da ONG internacional Açúcar-Ético, com sede na França, nas discussões envolvendo o setor sucroenergético e a questão indígena em Mato Grosso do Sul.

Teixeira disse que a ONG defende a criação de um fundo para penalizar o setor sucroenergético do Estado, quando não se adequar às condições sociais e ambientais nos setores da cana, do açúcar e do biocombustível. A verba arrecadada por este fundo será investida na melhoria da qualidade de vida dos índios sul-mato-grossenses.

Para o democrata, quem deve se preocupar com os indígenas do Estado é a Funai (Fundação Nacional do Índio) e não uma ONG internacional. “A Funai recebe dinheiro para cuidar dos índios e isso não cabe a uma ONG da França. Isso é uma desmoralização ao setor produtivo de Mato Grosso do Sul”, reclamou.

“Onde está a Funai? Se os índios estão sendo maltratados aqui, então o governo federal deveria exigir a extinção da Funai”, acrescentou o parlamentar, informando que há desinteresse da União em dar um basta nessa situação.

Na última quinta-feira (7/11), a ONG promoveu uma reunião no plenarinho Nelito Câmara para debater o assunto. A organização defende que a boa gestão de empresas da cadeia da cana deve incluir a preocupação e soluções para os impactos sociais e ambientais, tanto internos à empresa como para a comunidade.

Para a presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas, deputada Mara Caseiro (PTdoB), a cada dia que passa a questão envolvendo os índios tem tomado proporções agravantes. “Quando acontece o problema das invasões, muitas pessoas levantam questionamentos a respeito do que os produtores estão fazendo com os índios. Eu vejo muito sensacionalismo nisso tudo, até porque muitas vezes querem colocar o índio como massa de manobra”.

Durante seu aparte, Mara falou sobre as 14 fazendas invadidas pelos índios na região do Cone Sul. “Essas terras foram tituladas aos produtores pela União. O governo federal precisa olhar com mais atenção os problemas dos indígenas e produtores no nosso Estado”, frisou.

Culpa - Teixeira explicou que os produtores não podem ser culpados pela situação de miséria enfrentada pelos índios. “Não é necessário criar fundo para punir empresários e beneficiar os indígenas, mas sim aumentar o orçamento da Funai. O que precisa no Brasil é que todos saibam que produtores e índios têm o mesmo direito”.
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