Kemp reprova movimentos a favor do retorno do militarismo

Imagem: Conforme Kemp, Brasil precisa encerrar triste capítulo da história.
Conforme Kemp, Brasil precisa encerrar triste capítulo da história.
27/03/2014 - 11:52 Por: Nathália Barros    Foto: Giuliano Lopes

O dia 31 de março ficou marcado na história do Brasil pelo início do regime militar, criado para combater o comunismo que, supostamente, se instalava no País. Lembrado pela política repressiva e ditatorial, conduzida por militares do exército brasileiro durante 21 anos, o regime foi responsável pelo desaparecimento e morte de inúmeros cidadãos.

Recentemente, mobilizações iniciadas nas redes sociais, pregando o retorno dos militares ao poder, levando grupos de, no máximo, 30 pessoas às ruas de diferentes cidades brasileiras, conduziram o 2° secretário da Casa de Leis, deputado estadual Pedro Kemp (PT), à tribuna durante a sessão desta quinta-feira (27/3).

“Acredito que as pessoas que se mobilizaram em prol do retorno dos militares ao poder não sabem o que estão desejando. Portanto, venho aqui lembrá-los dos dias de angústia e repressão vividos por brasileiros. A volta do regime militar significa o retrocesso”, defende o parlamentar.

Para o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), as mobilizações na realidade revelam a insatisfação do povo brasileiro com a atual política. “As pessoas estão inseguras, com medo de sair de casa e se tornarem vítimas do crime”, argumentou durante aparte.

Já o presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, deputado Laerte Tetila (PT), lembrou as ações da Comissão da Verdade, que busca investigar violações de direitos humanos, consideradas graves e ocorridas durante o período da ditadura.

“Muitos militares se posicionaram contra o regime, por conta das ações. Cerca de 90% das vítimas de tortura mortas pelos militares nesse período não tinham qualquer relação com o comunismo, apenas defendiam a democracia. Portanto, defender o retorno do militarismo é defender o fim da liberdade de expressão e da democracia”, observou.

Kemp defende que no dia 31 de março a população reflita sobre o que aconteceu durante o regime militar e comemore as conquistas com o retorno da democracia. “Temos que enterrar esse triste capítulo da nossa história e lutar por melhorias nas nossas políticas de combate à violência”, sustentou.
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