Pedro Kemp reprova discurso de vereador contra homossexuais

Imagem: Parlamentar condenou declarações de vereador de Dourados.
Parlamentar condenou declarações de vereador de Dourados.
16/09/2014 - 11:17 Por: Talitha Moya    Foto: Giuliano Lopes

Um discurso considerado homofóbico disparado por um vereador de Dourados na semana passada levou o deputado estadual Pedro Kemp (PT) a tecer críticas na tribuna da sessão plenária desta terça-feira (16/9). O parlamentar condenou as declarações do vereador Sérgio Nogueira (PSB), que definiu os homossexuais como “anormais”.

No discurso, na Câmara Municipal de Dourados na última segunda-feira (15), o vereador Sérgio, que é pastor, propôs enviar homossexuais a uma ilha por 50 anos para comprovar a inviabilidade dos núcleos familiares compostos por pessoas do mesmo sexo. “Não podemos passar a ideia de que o anormal é normal”, disparou. “Bota as pessoas que pensam assim numa ilha por 50 anos. Coloca essas pessoas numa ilha e depois de 50 anos volta para ver; não vai ter mais ninguém”, completou o pastor, de acordo com o deputado.

Pedro Kemp repudiou a fala do vereador. “O que temo é que declarações como essa venha incitar a discriminação, a exclusão. Não vejo problema em manifestar opiniões sobre o homossexualismo, desde que não aceitemos que por trás dessas manifestações tenham conceitos que diminuem as pessoas”, ressaltou o petista.

De acordo com o parlamentar, a defesa do padrão de família imposta pelo vereador não é o que aflige, mas sim o fato de ele considerar o homossexual anormal. “Ninguém escolhe ser assim para ser discriminado pela sociedade”, afirmou. Com tantos problemas que afligem as pessoas como saneamento básico, índice de violência e qualidade do ensino, porque se preocupar com a sexualidade dos outros?”, questionou o deputado.

Segundo Kemp, pensar em um modelo de família ideal não condiz com a atual realidade. “Trinta por cento das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres, que fazem o papel de mãe e pai, sem contar famílias que são chefiadas por avós. E nem por isso deixam de ser famílias”, contestou o parlamentar, que citou os dizeres sobre o princípio de igualdade presentes na Constituição Federal para reprovar a conduta do vereador.
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