Projeto de Orro denomina Manoel de Barros o Aquário do Pantanal

Imagem: Felipe Orro considera justa a homenagem ao poeta.
Felipe Orro considera justa a homenagem ao poeta.
18/11/2014 - 12:38 Por: João Prestes    Foto: Giuliano Lopes

Projeto de lei apresentado na sessão desta terça-feira (18/11) na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Felipe Orro (PDT) denomina Poeta Manoel de Barros o Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna, popularmente conhecido como Aquário do Pantanal. A obra – em fase de conclusão no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande – será o maior aquário de água doce do mundo e importante centro de estudos e pesquisas da vida aquática pantaneira.

“O Aquário do Pantanal é uma obra emblemática, vai identificar Mato Grosso do Sul com o Pantanal, e Manoel de Barros é o maior poeta pantaneiro, ninguém melhor que ele cantou as belezas do Pantanal. Então acho uma justa homenagem”, disse Felipe Orro.

Em pronunciamento da tribuna da Assembleia, Felipe Orro defendeu a iniciativa e pediu o apoio de todos os deputados para acelerar a tramitação do projeto. “Homenagear Manoel de Barros é homenagear o Pantanal”, frisou o parlamentar, referindo-se à simbiose entre o poeta e a paisagem que inspirou sua poesia e que dá substância a sua obra.

Manoel de Barros – Nascido em Cuiabá no dia 19 de dezembro de 1916, Manoel Wenceslau Leite de Barros foi levado ainda bebê pela família para uma propriedade rural em Corumbá, onde viveu os primeiros anos. Mais tarde mudou-se para o Rio de Janeiro onde se formou em Direito e militou na Juventude Comunista.

A poesia esteve presente em todo seu desenvolvimento, mas o primeiro poema Manoel de Barros só teria escrito aos 19 anos de idade. Versos de uma simplicidade e ao mesmo tempo de uma complexidade intrigantes foram sua marca. Foi merecedor de inúmeras homenagens, como o Prêmio Orlando Dantas, em 1960; Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, em 1969; Prêmio Nestlé, em 1997 e o Prêmio Cecília Meireles em 1998. Foi vencedor de dois prêmios Jabuti, a maior honraria da literatura nacional conferida pela Câmara Brasileira do Livro.

Vivia em Campo Grande, no Jardim dos Estados, com a esposa Stella. Morreu aos 97 anos de idade no dia 13 de novembro, em Campo Grande. Deixa a viúva, uma filha, sete netos e cinco bisnetos. Em um de seus poemas explica a paixão pela natureza que determinou a maneira peculiar com que retratou a paisagem pantaneira: “Fui aparelhado para gostar de passarinho”.

Aquário do Pantanal - O Aquário Pantanal está localizado dentro do Parque das Nações Indígenas (próximo à avenida Afonso Pena) e será o maior aquário nacional e primeiro de porte internacional do Brasil (com padrão chamado de “Word Class Aquarium”), com 17 mil metros quadrados (90m de comprimento e 18m de altura), 16 grandes aquários dentro do prédio, além dos cinco instalados na área externa, com capacidade total de 4.275.000 litros de água e que abrigarão 263 espécies da fauna aquática. O projeto do Aquário Pantanal é do arquiteto Ruy Ohtake.

Trânsito, Saúde e Educação - O deputado aproveitou o pronunciamento na tribuna para denunciar o descaso com estes três setores em Campo Grande. “A Saúde está doente, a Santa Casa enfrenta novamente a superlotação e as unidades básicas de saúde não atendem a contento; o trânsito está caótico, o transporte coletivo é caro e ineficiente e isso tudo leva confusão às ruas com o aumento do número de veículos e consequentemente o aumento dos acidentes, o que sobrecai no Sistema de Saúde. E para completar os professores estão em greve, os alunos sem aula. A população não pode pagar mais essa conta”, disse Felipe Orro.

Segundo o deputado, a Santa Casa tem 46 leitos no Pronto Socorro, mas na segunda-feira (17) havia 57 pacientes sob atendimento ali, conforme balanço divulgado pelo próprio hospital. O setor de pré-ortopedia tem capacidade para atender sete pacientes, mas atendia 16. Em apenas três dias foram realizados 200 procedimentos cirúrgicos, sendo 123 cirurgias de ortopedia/traumatologia. Ele pediu aprimoramento do sistema público, a conclusão do Hospital do Trauma.

Quanto à educação, em greve há uma semana, os professores reivindicam o cumprimento da lei que equipara o piso da categoria ao piso nacional, mas apesar dos protestos as negociações não avançam. “Não pode recair nos alunos essa conta. O ano letivo está terminando e as aulas estão suspensas. Se esses problemas não forem resolvidos agora, vamos começar outro ano letivo com a ameaça de nova paralisação, e isso a população não aguenta mais”, concluiu.

(Matéria alterada às 16h para acréscimo de informações)
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