Sinergia pede apoio do Legislativo para barrar corte de beneficíos

Imagem: Elvio Marcos Vargas, presidente do Sinergia, se manifestou hoje na tribuna
Elvio Marcos Vargas, presidente do Sinergia, se manifestou hoje na tribuna
04/12/2014 - 11:01 Por: Talitha Moya    Foto: Giuliano Lopes

O presidente do Sinergia (Sindicato dos Eletricitários de Mato Grosso do Sul), Elvio Marcos Vargas, usou a tribuna na sessão ordinária desta quinta-feira (4/12), para esclarecer a greve dos trabalhadores do setor de energia elétrica que teve início hoje em todo o Estado. Eles pediram o apoio dos parlamentares para barrar a proposta da empresa que prevê o corte de benefícios dos funcionários.

De acordo com Elvio, desde que a Energisa assumiu o serviço de energia elétrica no Estado, diversos trabalhadores foram demitidos. Nas negociações para readmiti-los, a empresa propôs reduzir benefícios, entre eles a participação dos funcionários nos lucros e resultados. “O que pedimos não é nada absurdo, o que pedimos é a manutenção dos benefícios”, afirmou o presidente do sindicato.

A Energisa assumiu em abril deste ano o controle do Grupo Rede e, indiretamente, da Enersul e de outras sete distribuidoras do Rede Energia que estavam, desde setembro de 2012, sob intervenção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A transferência do controle e aprovação de um plano de recuperação das concessionárias eram condições para o encerramento da intervenção pela agência reguladora. Com a aquisição, a Energisa passa a atender no Mato Grosso do Sul cerca de 912 mil consumidores em 74 municípios.

Após a privatização, a empresa já passou por quatro diferentes comandos, o que, na opinião de Elvio, tem prejudicado os trabalhadores e a sociedade. Ele explicou que a Energisa adotou a prática de compartilhamento entre as oito empresas do grupo, o que poderia desmantelar a empresa sul-mato-grossense. “Esse sistema é uma das principais causas da falência da Enersul, justamente porque levam a contabilidade e o faturamento para outras empresas do grupo”, alertou.

O Sinergia, que representa cerca de 3 mil trabalhadores do Estado, entre eles, 1.200 ligados ao setor de energia elétrica, também se mostrou contra a mudança do nome da empresa de Enersul para Energisa. “Essa mudança descaracteriza uma empresa que é genuinamente sul-mato-grossense. Outro ponto é que não há garantia de que a Energisa continuará no comando daqui a três ou quatro anos e essas alterações acabam gerando prejuízos para o Estado”, explicou.

O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) chamou atenção para a preocupação trazida pelo sindicato. O parlamentar ressaltou também a necessidade de a Casa de Leis impedir surpresas na tarifa de energia. "Se nós não ficarmos atentos à essa perspectiva nebulosa, Mato Grosso do Sul poderá ter um reajuste de até 35% da tarifa de energia elétrica", afirmou.
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.