No Dia Internacional dos Direitos Humanos, Kemp critica Bolsonaro

Imagem: Pedro Kemp criticou insulto de Jair Bolsonaro contra deputada Maria do Rosário
Pedro Kemp criticou insulto de Jair Bolsonaro contra deputada Maria do Rosário
10/12/2014 - 12:52 Por: Eduardo Penedo e Evllyn Rabelo    Foto: Giuliano Lopes

Nesta quarta-feira (10/12) é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos. O 2° secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Pedro Kemp (PT), aproveitou a ocasião para criticar a declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) feita ontem de que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) por que ela não merecia. “Ele [Bolsonaro] não merece ocupar o cargo federal e é uma vergonha ao congresso Nacional”.

O parlamentar lembrou que os direitos humanos avançaram muito, mas ainda são desrespeitados diariamente. Ele lembrou que logo depois que milhões de judeus foram torturados e mortos durante a 2ª guerra foi criada a ONU (Organização das Nações Unidas) e em 1948 aconteceu a Declaração dos Direitos Humanos. “Infelizmente, os direitos humanos tiveram grandes avanços, mas ainda são desrespeitados quando, por exemplo, a pessoa vai até o posto de saúde e não é atendida, quando um homossexual é agredido por causa da opção sexual, quando uma mulher é agredida pelo marido, ex ou até namorado”, explicou.

Em aparte, Amarildo Cruz (PT) se solidarizou ao colega e disse que a bancada do Partido dos Trabalhadores apresentou uma moção de repúdio a Bolsonaro em razão do insulto contra a deputada Maria do Rosário, ocorrido em sessão plenária na Câmara Federal. Para ele, a atitude do deputado federal é desrespeitosa. “O comportamento do deputado demonstra não só sua falta de educação, decoro e respeito, mas principalmente que é plenamente favorável à violência contra a mulher, inclusive, incitando isso em público", pontuou.

Polêmica - A polêmica envolvendo Bolsonaro começou quando ele reagiu a um discurso da deputada Maria do Rosário contra a ditadura militar, que chamou o período de “vergonha absoluta”. O deputado federal repetiu ofensa dirigida à mesma deputada em 2003, quando os dois discutiram em um corredor da Câmara.

Bolsonaro, que é militar da reserva, foi à tribuna em seguida. No momento da fala do deputado, Maria do Rosário deixou o plenário. "Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir", disse.

Jair Bolsonaro ainda acrescentou que, para ele, a data é o “Dia Internacional da Vagabundagem”. “Os direitos humanos no Brasil só defendem bandidos, estupradores, marginais, sequestradores e até corruptos”, declarou.
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