Técnicos do projeto AJA pedem apoio da Comissão de Educação da AL

Imagem: Técnicos explicaram que projeto Avanço do Jovem na Aprendizagem prevê evasão escolar dos jovens de 15 a 17 anos
Técnicos explicaram que projeto Avanço do Jovem na Aprendizagem prevê evasão escolar dos jovens de 15 a 17 anos
06/05/2015 - 17:19 Por: Fernanda Kintschner    Foto: Roberto Higa

Técnicos da SED (Secretaria de Estado de Educação) participaram nesta quarta-feira (6/5) da reunião da Comissão Permanente de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa e pediram apoio para a ampliação do projeto AJA (Avanço do Jovem na Aprendizagem).

Este é um projeto piloto que prevê a diminuição da evasão escolar dos jovens de 15 a 17 anos que reprovaram e que ainda cursam o ensino fundamental. Segundo o coordenador de políticas públicas para a Educação Básica da SED, Hélio Queiroz Dalia, atualmente 22 mil alunos da Rede Estadual de Ensino estão nesta situação.

“O projeto visa inserir esses alunos em uma dinâmica diferente de tratamento. Se eles ficam nas escolas normais eles sofrem discriminação. Os professores têm que ter uma metodologia diferente com eles. Os pais dos alunos regulares pressionam diretores para segregar esse aluno com, por exemplo, 15 anos, e convivendo com seu filho da quarta série. Aí esse aluno defasado acaba desistindo da escola”, explicou o técnico.

Com isso surgiu o projeto AJA, que articula o ensino normal com oficinas criativas de grafite, dança, esporte, música, aulas de informática, idiomas, linguagem cênica, sonora e visual e com professores capacitados para ampliar o desenvolvimento social destes alunos. Seis escolas estaduais distribuídas em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Corumbá, Novo Horizonte do Sul, Jardim e Aquidauana participam do AJA.

Divisão de estudos - Os estudos são divididos em Bloco Inicial: 4º e 5º anos; Bloco Intermediário – 6º e 7º anos; e Bloco Final – 8º e 9º anos. “Muitos desistem da escola e entram na Justiça para cursar o EJA [Ensino para Jovens e Adultos], mas o EJA é só para quem tem acima de 18 anos. E se conseguem ou eles desestimulam os adultos ou desistem por ser uma metodologia diferente da que ele precisa”, ressalta Hélio.

A coordenadora do AJA em Mato Grosso do Sul, Fabiana Borges, destaca que uma das vantagens do projeto é que são no máximo 25 estudantes por sala. “A frequência está em torno de 97%, isso é um número significativo, pois os professores dão uma atenção especial para esses alunos. Eles incentivam os jovens a fazerem pesquisas com iniciação científica. Motivam a socialização, ou seja, são professores orientadores. A merenda já fornecemos na entrada da aula em respeito a eles, por muitas vezes serem jovens trabalhadores”, afirmou Fabiana.

O projeto constatou que o perfil dos alunos em séries defasadas é de jovens depressivos ou com altas habilidades ou desvio de conduta; por serem líderes natos não conseguem admitir em público que não sabem cumprir certas atividades escolares e por isso precisam de orientação. Ao todo, 960 estudantes estudam pelo AJA e 96 profissionais foram capacitados para o ensino no projeto.

“O projeto é muito interessante pelos resultados aqui apresentados e a nossa intenção é apoiá-lo e fazer com que seja expandido para outras cidades além dessas sete”, disse o deputado Pedro Kemp (PR), presidente da Comissão de Educação.

Também participaram da reunião os deputados Barbosinha (PSB), vice-presidente; Mara Caseiro (PTdoB) e Professor Rinaldo (PSDB), membros.
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